sexta-feira, 22 de maio de 2015

¿Quanto vale uma vida humana?

 

Peter Singer — o guru de Pedro Galvão, de Rolando Almeida e talvez de Desidério Murcho, entre outros semi-deuses — defendeu recentemente em uma entrevista a uma estação de rádio que as crianças com deficiência não deveriam ter apoio médico (as companhias de seguros deveriam recusar prémios de saúde a essas crianças).

Peter-Singer-pig-webPeter Singer já sabe quanto vale uma vida humana; é uma questão de fazer as contas. E semi-deuses como o Pedro Galvão, la crème de la crème, também já tem esse conhecimento. Só os ignaros como eu e você, caro leitor, ainda não sabemos exactamente quanto vale uma vida humana — a vida dos outros, obviamente, porque Peter Singer, Rolando Almeida e Pedro Galvão sabem bem quanto valem as suas próprias vidas...!

A diferença entre Peter Singer e um vulgar ideólogo nazi é a de que o primeiro avalia a vida humana pelo custo económico que essa vida implica para a sociedade, ao passo que o segundo avalia a vida humana por um critério de superioridade de uma raça sobre as outras. Mas o corolário das duas doutrinas é semelhante.

Peter Singer (e Pedro Galvão, Rolando Almeida, etc.) pensam que aquilo que é útil para o indivíduo ou para a sociedade deve ser designado como “bom”. E, neste sentido, o argumento de Peter Singer é o seguinte:

“Não quero que o meu prémio de seguro de saúde aumente em valor para que crianças, que tem uma qualidade de vida nula, possam ter tratamentos caros”.

Este é um argumento comum à Esquerda libertária e à Direita neoliberal. O Pedro Galvão e o Rolando Almeida, “filósofos” de tarimba, assinariam por baixo. “Pimenta no cu dos outros é chupa-chupa”.

Claro que eu, que não sou filósofo, e você também caro leitor, colocamos as seguintes e singelas perguntas: ¿Quem define o que é útil? E para quem há-de ser útil?

E dou comigo a pensar: se os valores morais são estabelecidos de acordo com critérios de utilidade individual ou social, Peter Singer (e os outros semi-deuses supracitados) podem sempre abandonar esta moral por motivos de uma prudência egoísta — como fez Peter Singer em relação à sua própria mãe que sofre da doença de Alzheimer: em vez de defender a eutanásia dela, arranjou e paga a enfermeiras para cuidar dela.

Ou seja, para Peter Singer, o princípio do interesse próprio também é muito útil. ¿Por que razão a utilidade para o maior número de possível de seres humanos deve estar acima da utilidade privada de Peter Singer?!!

sdQuando Peter Singer defende a opinião de que os seres humanos com deficiências não têm qualquer direito à vida, justifica a sua opinião, por um lado, com a situação real de um deficiente — diz ele que “é uma vida que não vale a pena” —, mas, por outro lado, também com a utilidade que representa para a sociedade não ter mais encargos financeiros com essas pessoas com deficiência.

Em primeiro lugar, Peter Singer comete um sofisma naturalista, visto que não se pode tirar conclusões morais de um facto — e isto é tão básico que não entendo como se pode chamar de “filósofos” a essas bestas acima mencionadas.

Em segundo lugar, Peter Singer pressupõe que existe um consenso acerca do valor e dos custos convenientes de uma vida humana, consenso esse que não existe de facto.

Em terceiro lugar, eu desconstrui a lógica da “ética” de Peter Singer (ver aqui). Em um fórum na Internet nos Estados Unidos de apaniguados de Peter Singer, expus a desconstrução lógica da ética de Peter Singer e ninguém foi capaz de me rebater ou refutar com argumentos racionais e lógicos, mas fui vastamente insultado e achincalhado pelos sequazes de Peter Singer, por exemplo, apodado de “português de merda” (“shitty Portuguese”). Quando não se tem razão, só resta o ad Hominem.

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