quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Adriano Moreira e a impotência italiana

 

“O incidente das estátuas pudicamente cobertas, não pelo manto diáfano da fantasia mas pela dureza da submissão revelada perante o representante político de uma potência de área cultural diferente da ocidental, o que não deixa esquecer não é uma leviandade protocolar, é sim a dificuldade crescente de impedir que a Europa, não há muito considerada a "luz do mundo", seja um passado histórico e não a voz de um novo tempo de grandezas para a casa comum dos homens que se prometeu ser o globo.

Tratou-se de um incidente entre a nobre soma de países, a procurar que a União Europeia recupere uma posição na hierarquia das potências, um processo que vai mostrando as dificuldades de conciliar a memória de soberania e proeminência de cada uma com as realidades do tempo mal sabido em que vivemos”.

Adriano Moreira


impotencia-de-esquerdaAdriano Moreira refere-se à recente visita do presidente do Irão a Roma.

Normalmente dizemos que as pessoas só vêem aquilo que querem ver. No caso vertente, Adriano Moreira só vê o que quer ver; e atribui o tapamento das estátuas de Roma a uma “submissão por impotência”. Trata-se, de facto, de uma submissão, mas que não se deve a uma impotência real.

Quando D. Afonso Henriques declarou a independência de Portugal, prometeu ao Papa uma determinada quantidade de ouro em troca do seu (deste) apoio. O Papa anuiu e apoiou a independência de Portugal; mas, depois, D. Afonso Henriques não pagou! O primeiro rei de Portugal enganou e desafiou o próprio Papa medieval; e não consta que o condado portucalense fosse uma “potência” no contexto europeu de antanho.

Uma coisa é sermos de facto impotentes; outra é pensarmos que somos impotentes, sem de facto o sermos; e outra, ainda, é fazermos de conta de que somos impotentes. Ora, para Adriano Moreira, se um país age com impotência, é por que é de facto impotente — aqui segue o Salazar: “em política, o que parece, é!”

O que Adriano Moreira se esqueceu de dizer — porque não lhe convém — é que o governo italiano é socialista. A Esquerda em geral castra a cultura indígena europeia.

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