sábado, 27 de setembro de 2014

Os Gulag nunca existiram

 

A estalinista Raquel Varela critica os campos de concentração nazis.

6 comentários:

  1. E antes dos Gulag foram os soviéticos a esterilizarem os atrasados mentais e higienizarem a nova sociedade socialista, desde os anos 20 e ainda com Lenine. Muito antes das terapêuticas nazis. Por alguma razão, depois de instaurar a Lei Seca na URSS antes da dos EUA, Estaline convenceu-se que era melhor deixar os socialistas beberem até desatarem a língua e tornarem-se os espiões em cada prédio. Aliás, é ler Coração de Cão, do Bulgakov, para se perceber o que era o novo homem soviético. São 150 páginas dignas de um Nobel da Literatura.

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  2. A Raquel Varela pertence à mesma escola de historiadores que tudo fazem para denegrir e difamar os nacionalistas, mas raramente conseguem ver-se ao espelho e fazer uma auto-crítica minimamente decente. Estalinista não julgo que seja, pois julgo que ela andou metida há uns anos no grupo trotskista que então se chamava RUPTURA/FER e que recentemente fez uma "operação plástica" e mudou o nome para Movimento Alternativa Socialista (MAS). No fundo, trata-se de um mínusculo colectivo de lunáticos trotskistas sem qualquer peso político ou social de relevo.

    Curiosamente, quando eu no ano passado apresentei a minha dissertação de mestrado que disponibilizei ontem no meu blog, houve alguns professores que ficaram chocados pelo facto de eu ter feito uma comparação entre o Fascismo e o Comunismo e ter insinuado num capítulo que o Fascismo poderia ser considerado um movimento político oriundo da esquerda e com uma fortíssima base proletária. Os apelos à "revolução nacional", as "marchas revolucionárias" e o facto de ter sido na sua génese um movimento revolucionário de massas são tudo elementos que os fascistas foram "roubar" à esquerda.

    Claro que ainda hoje estas coisas são consideradas como sendo "politicamente incorrectas" para se escrever numa dissertação de mestrado da nossa academia tuga, mas eu como sempre fui muito teimoso e tenho a certeza absoluta de que estou correcto, insisti em não retirar uma linha das minhas afirmações, mesmo sabendo que poderia ser prejudicado por tal atitude.

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    1. Uma pessoa que diz e escreve que o Partido Comunista não quis fazer uma revolução a sério em Portugal, alegadamente porque a III Internacional não deixou — é pior do que ser estalinista, porque percebe-se em Estaline uma lógica de acção, por mais monstruosa que tenha sido. Em contraponto, quem afirma uma coisa dessas não sabe o que está a dizer.

      Não sei que idade teria Raquel Varela quando o Partido Comunista saiu da clandestinidade depois do “28 de Abril”, mas penso que ela não vivenciou “in loco” os acontecimentos. O problema da reconstrução da História é o de que basta uma geração para se legitimar a adulteração dos factos.

      O Partido Comunista não fez uma “revolução a sério”, não porque não quis, mas porque não pode.

      Em linguagem comunista: “Não estavam reunidas as condições necessárias para uma revolução a sério em Portugal”. Esta é a verdade.

      Perante esta realidade, o Partido Comunista foi gradualmente virando de Lenine e Estaline para Gramsci. Depois da queda do muro, embora não renegando Lenine e Estaline, o Partido Comunista tornou-se em um partido gramsciano.


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    2. Sem dúvida! Apesar de eu considerar que o Bloco de Esquerda é muito mais gramsciano do que o PCP.

      O José Milhazes escreveu algures que na sua óptica o PCP só não avançou porque Brejnev deu ordens nesse sentido. Brejnev sabia que o PCP não tinha hipóteses e se tentasse tomar o poder, acabaria por despoletar uma guerra civil ou uma invasão espanhola apoiada pela Nato. Por outro lado, o Brejnev sabia que Portugal pertencia à órbita estado-unidense e vir intervir cá era provocar desnecessariamente os Estados Unidos. Para isto contribuiu também o facto de a União Soviética estar então a entrar já num período de estagnação económica de onde nunca mais conseguiu sair e que acabou por terminar com o seu colapso em 1991.

      A Raquel Varela é defensora de políticas económico-sociais que transformariam Portugal num Zimbabwe da Europa se alguma vez fossem colocadas em prática como ela pretende...

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    3. “O José Milhazes escreveu algures que na sua óptica o PCP só não avançou porque Brejnev deu ordens nesse sentido”.

      ¿Mas alguém acredita nisso?! E será que Brejnev já não procedeu da mesma forma em relação às colónias portuguesas (incluindo Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe)?

      Eu vi os militantes do Partido Comunista, que se deslocavam a Trás-os-Montes para doutrinação da população, a serem corridos à pedrada das aldeias transmontanas.

      O Partido Comunista perdeu a guerra da conquista do Poder não porque Brejnev desse ordens para se perder, mas porque verificou no terreno que não a poderia ganhar. O Partido Comunista não tinha implantação necessária a norte de Portugal, e naquela altura era no norte que estava a maioria da população.

      Se o povo português, em geral, fosse no conto do vigário comunista, não seria o Brejnev que iria impedir. A versão de José Milhazes é a de alguém que, naquela altura, esteve envolvido ideologicamente com o Partido Comunista e, por isso, pretende retirar valor histórico à resistência do povo português contra o Partido Comunista.

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    4. Deve ter sido surreal viver esses tempos de loucura...

      De facto, não acredito que o PCP tivesse condições para tomar o poder, o que não implica que não as venha a ter no futuro tendo em conta as tácticas gramscianas que tem adoptado e a situação económico-social do País que não augura nada de bom...

      No Alentejo aconteceu o que aconteceu por causa do problema dos latifúndios. Aquela gente vivia numa grande miséria e as situações de abuso eram demasiado frequentes. A ideologia comunista penetrou o Alentejo como uma faca quente em manteiga, no fundo, a ignorância da população aliada à vontade de se vingarem dos latifúndiários, foi a fórmula perfeita para garantir o avanço comunista no Alentejo.

      A mim o que me parece é que nós estivemos à beira de uma guerra civil na altura e foi por um triz que nos safámos...

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