domingo, 19 de abril de 2015

A baixa natalidade e os novos hilotas

 

Uma das soluções apresentada pela Esquerda para o problema da natalidade é a criação de uma nova classe de hilotas. Os hilotas da Esquerda não são escravos (como não eram em Esparta): mas são hoje imigrantes que acabam por ser uma espécie de propriedade do Estado. A Esquerda leva muito a sério a “República” de Platão (mas só a parte dedicada à política).

A baixa natalidade em Portugal é um problema cultural e por isso não há dinheiro que o resolva.

O Estado pode derreter o PIB nacional inteiro no apoio à natalidade que os efeitos serão proporcionalmente muito pequenos: é daquelas situações em que, em cada Euro investido, há um retorno de menos de 10% do capital investido; 90% do dinheiro investido é deitado fora. Mesmo que pagassem 100% do ordenado a uma mulher portuguesa actual (em juízo universal) para ficar em casa depois de ter um filho e durante quatro anos, estou convencido que os resultados seriam surpreendentemente baixos.

As mulheres não estão para parir, porque querem ser iguais aos homens.

Essa coisa de parir inferioriza a mulher. A gravidez é uma doença que se trata com medicamentos comprados na farmácia. Perante esta cultura, não há nada a fazer senão deixar correr o marfim até que a urgência do país seja de tal forma que os líderes políticos (ou os seus sucessores) sejam encostados ao paredão.

O mundo dá muitas voltas; não sabemos o futuro.

Pensamos que o futuro não será muito diferente do presente, e enganamo-nos amiúde. Se é provável que a baixa natalidade acabe com o país a médio prazo; se é provável que Portugal desapareça como país porque não tem hoje crianças; também é provável muita coisa diferente, por exemplo, é provável o colapso do Euro, a transformação da União Europeia em uma espécie de EFTA, o reaparecimento de ditaduras na Europa e o esquerdalho encostado ao paredão.

Andamos todos a brincar com coisas sérias.

Quando digo “todos”, incluo a “direita” do Partido Social Democrata e do CDS/PP. O problema da baixa natalidade vai chegar a um ponto tal que apenas se resolverá com o aparecimento de uma nova ideologia política; e haverá gente a chorar baba e ranho, ranger de dentes entre as feministas, neoliberais e esquerdistas que pensam que a História é irreversível e o “progresso” (tal como é concebido hoje) é uma lei da Natureza. A História já demonstrou que nem sempre a aliança com a plutocracia — que caracteriza hoje a Esquerda e a Direita politicamente correctas — garante o Poder.

1 comentário:

  1. Confesso que a questão da crise demográfica em Portugal e na Europa é das questões que mais me preocupa desde há vários anos. Estamos a caminhar rumo ao abismo e ninguém que está instalado nos cargos de poder parece minimamente preocupado com isso...

    Que Deus nos ajude, pois nós já não nos conseguimos ajudar a nós próprios...

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