sexta-feira, 12 de junho de 2015

O regime moribundo

 

É evidente que o “Estado de Direito” e a “democracia” chegaram ao fim. Isto não significa que venha aí um golpe-de-estado ou coisa parecida: antes significa que o actual sistema político corrupto vai-se arrastar penosamente por muito tempo, cada vez menos pessoas irão votar, teremos níveis de abstenção em eleições superiores a 50% e governos que cada vez menos representam o povo.

A actual privatização da TAP tresanda a corrupção por tudo quanto é lado. Por isso não podemos identificar a corrupção com este ou aquele político em particular: a corrupção é sistémica, tomou conta deste regime político que não é derrubado porque está a ser sustentado e apoiado pela estranja através das elites corruptas e decadentes que temos.

Porém, basta que um dos grandes países da Europa — por exemplo, a França ou a Itália, ou até mesmo a Espanha — tenha uma convulsão interna para que o actual sistema político corra perigo. Por isso é que “eles” não querem que a Grécia saia do Euro: a manutenção do status quo decadente não tolera relapsos.

10 comentários:

  1. "A corrupção é sistémica, tomou conta deste regime político que não é derrubado porque está a ser sustentado e apoiado pela estranja através das elites corruptas e decadentes que temos."

    Os militares também têm culpa, pois não metem qualquer medo aos donos do poder e os oficiais superiores estão bem alimentados de forma a não morderem os donos...

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    1. Os militares, em geral, não podem fazer nada. Alguns fazem parte do sistema, mas em geral continuam a ser uma classe patriótica. O problema é que eles estão de mãos atadas, porque qualquer insurreição implica uma alternativa política que não existe (a não ser a do arco da extrema-esquerda que está fora de questão).

      Qualquer alternativa ao que existe é diabolizada. Quem se atreve a propôr algo diferente é imediatamente apodado de radical e extremista. Neste sentido, existe um politicamente correcto característico do sistema: quem pensar fora do penico é imediatamente ostracizado. Temos, por exemplo, o caso da Hungria, cujo governo de direita foi eleito pelo povo e que tem sido perseguido sistematicamente pelos burocratas da União Europeia.

      É por essa razão que eu apoio a Rússia; não pelo regime russo entendido em si mesmo, mas por aquilo que a Rússia representa em termos de pluralidade política em relação à concepção única da política que temos.

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    2. Fui durante anos um apoiante de Putin. Defendi-o com unhas e dentes e admirava-o até que comecei a ver coisas que me fizeram ficar de consciência pesada. O ponto final para mim foi o ataque de Putin contra a Ucrânia.

      Conheço muitos ucranianos que vivem em Portugal e sei bem como eles estão a sofrer com toda esta situação. Uma ucraniana que conheço já teve até problemas com um russo que começou a gritar-lhe num café e a ofendê-la só por ela lhe ter dito que não concordava com o que Putin está a fazer na Ucrânia.

      Os russos são demasiado irracionais quando se trata de defender o seu orgulho nacional. Há cerca de um ano uma russa disse-me na cara que o Holodomor era tudo mentira, uma grande invenção. Tentei explicar-lhe com calma que as coisas não eram bem assim e que existem amplas provas de que Estaline provocou uma fome artificial na Ucrânia que resultou na morte de milhões por fome e doença.

      O Orlando acha que adiantou? Nem pensar! A russa ficou a olhar para mim com um desprezo que nem imagina!

      Tenho sempre defendido e defendo a paz na Europa. Não é anexando e tentando redesenhar o mapa europeu pela força que se vai construir a paz duradoura, é isto que Putin não compreende e na minha opinião ele está a cair numa armadilha montada pela Nova Ordem Mundial.

      E isto mesmo que a Nova Ordem Mundial quer para ter pretextos para diabolizar a Rússia. Putin está a fazer-lhes a vontade...

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    3. Você vê as coisas conforme as quer ver.

      Historicamente a Ucrânia nunca pertenceu ao perímetro do poder ocidental. Qualquer pessoa com um mínimo estudo de História sabe disso. A Crimeia sempre fez parte da Rússia imperial: só uma pessoa com má-fé não reconhece isto; ou então nunca estudou História.

      Portanto, Putin não atacou a Ucrânia: defendeu os direitos históricos da Rússia contra o ataque do Ocidente.

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    4. Eu sei que a Crimeia fez parte da Rússia imperial. O que não falta na Europa são pedaços de território que outrora pertenceram a uma Nação e hoje pertencem a outra. Se todos os povos europeus começassem a querer reclamar todos os territórios que outrora eram seus, então seria o regresso às guerras estilo século XIX.

      Portugal teria de declarar guerra à Espanha por causa de Olivença, a Alemanha teria de declarar guerra à França para recuperar a Alsácia, etc... Seria um banho de sangue que nunca mais acabava.

      Se há injustiças históricas, então estas devem de ser resolvidas pacificamente.Já não chega a carnificina que foi a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, será necessário mais banhos de sangue inúteis?

      Putin está a apoiar rebeldes em território ucraniano e anexou uma parte da Ucrânia. Se isso não é um ataque, então não sei o que será.

      É verdade que o Ocidente atacou, mas atacou à maneira filha da puta como já é típico da CIA. Infiltraram agentes seus na oposição ucraniana e fomentaram a Euromaidan. Putin podia ter-lhes respondido na mesma moeda, em lugar disso deu início a um conflito armado que está a ser perfeito para os merdia ocidentais diabolizarem ainda mais a Rússia.

      O mal dos russos é que eles não sabem combater os Estados Unidos ou o Ocidente e a continuarem por este caminho, Putin vai-se afundar em conjunto com a Rússia. A CIA já está a cozinhar alguma coisa e agora é só esperar para ver...

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    5. “Eu sei que a Crimeia fez parte da Rússia imperial. O que não falta na Europa são pedaços de território que outrora pertenceram a uma Nação e hoje pertencem a outra. Se todos os povos europeus começassem a querer reclamar todos os territórios que outrora eram seus, então seria o regresso às guerras estilo século XIX.”

      **

      Há muitas formas de “reclamar territórios que outrora não eram seus”. Quando os Estados Unidos “reclamam territórios que outrora não era seus”, você fecha os olhos. Convém ter vistas largas.

      O país do mundo que mais reclama territórios que não eram seus é os Estados Unidos. Mas como você viveu lá e se idêntica com ele, faz vista grossa.

      Nós só temos autoridade moral para falar de “reclamações de territórios que não eram seus” quando fazemos análises racionais e imparciais.


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    6. "O país do mundo que mais reclama territórios que não eram seus é os Estados Unidos. Mas como você viveu lá e se idêntica com ele, faz vista grossa."

      Eu até tenho criticado bastante os Estados Unidos. Sei perfeitamente bem que os Estados Unidos gostam de meter a mão naquilo que não é deles. Basta ver o caso do Hawai...

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    7. A propósito desta questão, eu já tinha falado anteriormente da necessidade de criar um Movimento Europeu dos Países Não Alinhados e tinha prometido escrever um artigo sobre isso, aqui fica:

      http://historiamaximus.blogspot.pt/2015/06/por-um-movimento-europeu-dos-paises-nao.html

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    8. Não me refiro ao Havai, porque neste caso, ou no caso de Porto Rico — como no caso das ilhas Malvinas em relação ao Reino Unido —, trata-se de facto de um direito histórico dos Estados Unidos em relação a esses territórios (assim como Portugal tem um direito histórico em relação aos arquipélagos da Madeira, Açores e Cabo Verde, e mesmo São Tomé e Príncipe).

      Refiro-se sobretudo ao Iraque, Egipto, Síria, Argélia, Tunísia, Etiópia, Somália, países para onde os Estados Unidos ou enviaram tropas ou apoiaram a insurreição armada sem o aval do Conselho de Segurança da ONU. Por exemplo, o caso da Síria, e a tragédia a que assistimos hoje com o Estado Islâmico, é nitidamente da responsabilidade dos Estados Unidos.

      O Conselho de Segurança da ONU existe por alguma razão e para alguma coisa. Hoje a existe a tendência para considerar que os Estados Unidos têm um poder político que excede o de qualquer organismo da ONU.

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    9. "Refiro-se sobretudo ao Iraque, Egipto, Síria, Argélia, Tunísia, Etiópia, Somália, países para onde os Estados Unidos ou enviaram tropas ou apoiaram a insurreição armada sem o aval do Conselho de Segurança da ONU. Por exemplo, o caso da Síria, e a tragédia a que assistimos hoje com o Estado Islâmico, é nitidamente da responsabilidade dos Estados Unidos.

      O Conselho de Segurança da ONU existe por alguma razão e para alguma coisa. Hoje a existe a tendência para considerar que os Estados Unidos têm um poder político que excede o de qualquer organismo da ONU."

      Tudo certo!

      Eu próprio nunca disse o contrário!

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