sábado, 21 de novembro de 2015

O actual sistema político português não é democrático.

 

«A nossa civilização corre o risco de ficar submersa como a Grécia (Atenas) sob a extensão da democracia, de cair inteiramente nas mãos dos escravos, ou então de ficar como Roma — não nas mãos de imperadores filhos do acaso e da decadência, mas de grupos financeiros sem pátria, sem lar na inteligência, sem escrúpulos intelectuais e sem causa em Deus.

O único antídoto para isto é uma lenta aristocratização

→ Fernando Pessoa, 1920.


O actual sistema político português não é democrático.

A democracia representativa não concede o direito à classe política (entendida aqui no sentido de ruling class) de legislar arbitrariamente sob matérias de costumes, por exemplo, ou sobre questões éticas que estejam enraizadas na cultura antropológica portuguesa — a não ser que a classe política interprete a democracia como sendo constituída por uma total discricionariedade da classe política fundamentada no conceito abstracto de "Vontade Geral" (Rousseau).

Questões que pertencem ao fundamento da sociedade (no sentido da nação portuguesa), como por exemplo, os costumes, a imigração, as tradições da cultura antropológica, as instituições da família e do casamento, entre outras, só podem ser tratadas legal- e juridicamente através de alguns mecanismos próprios da democracia participativa (por exemplo, os referendos ou os plebiscitos).

¿Será possível que o sistema político actual se reforme a si mesmo? Resposta: não. Só através do exercício de uma força exterior ao sistema será possível mudá-lo (o teorema de Gödel aplicado à política).

Temos um sistema político em que os deputados são escolhidos pelos partidos políticos, e não directamente eleitos pelo povo. Toda a gente sabe — até os iletrados — que isto não é democracia.

Portugal está longe de ter uma democracia propriamente dita. Temos uma classe política (sancionada pelos me®dia e pela maçonaria que em parte a condiciona) que usurpou o Poder no sentido em que se serve do conceito de "Vontade Geral" para transformar a política em um mero meio de atingir os seus objectivos privados. Os fundamentais interesses do povo — enquanto nação em continuidade histórica — são ignorados pela classe política, sem excepção. A classe política dita “democrática” é presentista.

Alguém poderá argumentar do seguinte modo: “a classe política é (ou faz parte da) a actual aristocracia”.

O argumento é absolutamente falso, porque acontece que a aristocracia não é uma classe social, mas antes é uma colecção de indivíduos. Portanto, a classe política não constitui, em si mesma, uma aristocracia. O aristocrata, enquanto indivíduo, distingue-se da maioria popular em quase todos os graus, mas está unido ao povo através de um patriotismo arreigado e atávico. Existem em Portugal aristocratas (não têm que ser ricos e poderosos!) que têm muito pouco poder político e que, muitas vezes, são desprezados pelo Poder político dito “democrático”.


Um dos argumentos da classe política dita “democrática” contra a utilização de mecanismos da democracia participativa é o de que “o povo é burro ou ignorante”, e que, por isso, não pode tomar decisões complexas. Este argumento, que vem essencialmente da Esquerda, é absolutamente reaccionário, como demonstrarei a seguir.

Nos século XVIII e XIX, constatou-se que o problema da pobreza (por exemplo, com a praga da batata, na Irlanda) era insolúvel sem a participação dos pobres, e que havia que despertar, em primeiro lugar, o desejo e a vontade dos pobres em melhorar a sua situação para se conseguir a sua colaboração. Esta perspectiva foi claramente formulada, por exemplo, por George Berkeley, Bispo de Cleyne (Irlanda) — trata-se daquelas verdades de que o marxismo se aproveitou e que distorceu, tornando-a irreconhecível pelo exagero.

De uma forma semelhante, a iliteracia política (a pobreza política da democracia representativa que temos) só poderá ser combatida com a participação directa do povo nas decisões políticas fundamentais que despertará, com a passagem do tempo, o desejo e a vontade do povo (entendido como um conjunto de indivíduos) em melhorar o sistema político e erradicar a pobreza política imposta pela actual classe política.

Ora, na medida em que o actual sistema político não é reformável por si mesmo, caberá às Forças Armadas impôr essa reforma do sistema político.

E a intervenção das Forças Armadas é uma questão de tempo: não para acabar com a democracia, mas antes para a reformular no sentido da valorização dos mecanismos da democracia participativa, por um lado, e para criar sistemas institucionais que conduzam a uma “lenta aristocratização” na sociedade portuguesa — ou seja, a criação de uma aristodemocracia

1 comentário:

  1. Portugal é governado por uma plutocracia internacionalista que sob a capa da "democracia" vai fazendo avançar os seus intentos maquiavélicos. Acabei de referir isto mesmo mais uma vez aqui:

    http://historiamaximus.blogspot.pt/2015/11/os-papagaios-do-regime.html

    Há que dar em cima da corneta destes cabrões até rebentar!

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