“A beleza do mundo não é um atributo da própria matéria. É uma relação do mundo com nossa sensibilidade, essa sensibilidade que depende da estrutura do nosso corpo e da nossa alma.”
O conceito de “matéria” é hoje de difícil definição, à luz da ciência mais actual. Mas vamos poupar os leitores de um arrazoado quântico, e vamos partir do princípio de que “matéria” significa a realidade macroscópica que nos rodeia.
A mundividência de Simone Veil é idealista.
Um realista diz que a beleza do mundo é um atributo daquilo a que se convencionou chamar de “matéria”. O que acontece é que o ser humano descobre a beleza que existe na matéria através do desenvolvimento e aprimoramento da sua sensibilidade — assim como o Homem foi descobrindo os valores (da ética) que existem em si mesmos e independentemente de qualquer utilidade.
Os valores, assim como a beleza que existe na matéria, não estiveram à espera que o ser humano surgisse na natureza para existirem. Os valores e a beleza da matéria existem independentemente da existência do ser humano.
Os valores eternos (ética) e a beleza da natureza (estética) não podem ser deduzidos da experiência humana: são atributo do espírito e do seu estádio de desenvolvimento que definem o grau de sensibilidade de cada ser humano.
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