O Domingos Faria escreve do seu blogue:
1/ Se o determinismo é verdadeiro, então as nossas acções são consequências das leis da natureza e de acontecimentos que ocorreram num passado remoto.2/ Mas tanto as leis da natureza como aquilo que aconteceu antes de termos nascido não dependem de nós.
→ Logo, as consequências destas coisas (incluindo os actos que realizamos agora) não dependem de nós.
Este silogismo pretende reduzir ao absurdo o determinismo, na medida em que o próprio determinista acaba por não poder determinar nada — inclusivamente não pode determinar o próprio determinismo que ele defende.
Porém, as leis da natureza conhecidas pelo Homem — porque não podemos excluir que existam leis da natureza que o Homem não conheça — não são 100% certas ou infalíveis.
Portanto, a premissa maior parte de dois princípios implícitos (modus ponens) que são errados: 1/ que as leis da natureza conhecidas pelo Homem são todas as que existem (a ciência não pode provar que uma coisa, ou um fenómeno, ou uma lei, não existe); e 2/ que as leis da natureza conhecidas são 100% certas na sua determinação de efeitos — o que não é verdade, porque as leis da natureza constatadas pelo Homem baseiam-se na experiência realizada no passado, e porque as leis da natureza conhecidas são causadas pela entropia da força da gravidade que tem na sua base o indeterminismo endógeno descoberto e até hoje não refutado pela física quântica.
Segue-se que, porque a premissa maior é falsa nos seus pressupostos (no seu fundamento), a premissa menor (que depende da primeira, ou é consequência lógica da premissa maior) também é falsa. Logo, a conclusão é falsa. Obviamente que não podemos provar que o contrário da conclusão é verdade, mas isso não retira a falsidade à conclusão.
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