quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Os genes da inteligência, alegadamente

 

Quando se fala em QI, normalmente refere-se a um tipo específico de inteligência: a inteligência lógica-matemática. Mas há outros tipos de inteligência. Por exemplo, ninguém duvida que Freud era inteligente em termos de lógica-matemática; mas ele não tinha nenhuma inteligência musical: era completamente “surdo” em relação à música. E depois há a inteligência espacial, a inteligência linguística, etc..

Portanto, reduzir a inteligência de um ser humano à inteligência lógica-matemática é estabelecer um padrão de inteligência exclusivamente em função da ciência e da técnica.

Uma grande inteligência lógica-matemática não é sinónimo de sensibilidade moral. Uma grande parte dos psicopatas tem um elevada inteligência lógica-matemática.

A ideia segundo a qual “a inteligência lógica-matemática (ou outro tipo de inteligência) tem causas genéticas (genes)”, é apenas uma parte da verdade. É certo que a herança genética tem um papel a desempenhar, mas a epigenética tem também um papel importante: (1) as "máquinas" moleculares "sentem" as modificações do meio-ambiente; (2) a seguir, produzem as respostas adequadas a essas modificações; (3) e depois passam essas respostas às gerações seguintes.

Por isso podemos dizer que a ideia segundo a qual “a inteligência lógica-matemática se deve em 75%, aos genes”, é manifestamente exagerada. Há também o factor da vontade  do indivíduo que influencia, de certa forma, a inteligência da sua prole.

Para além da genética, da epigenética e do meio-ambiente, os vários tipos de inteligência têm também dois factores importantes: o factor espiritual (o espírito que encarna no futuro ser humano, mas não só), e o factor astrológico que aponta a direcção (mas não o sentido!, o sentido de vida depende, em grande parte, da vontade da pessoa) da vida do indivíduo: a carta astral de nascimento de uma pessoa é, em analogia, assim como um mapa de um território (mais ou menos acidentado) que tem que ser percorrido pelo indivíduo em função das suas escolhas pessoais (livre-arbítrio) ao longo da sua vida.

Quando se reduz a inteligência, em geral, ao tipo específico da inteligência lógica-matemática, entramos no campo da ideologia política em nome da ciência (cientismo). Se fosse possível “medir” um ser humano — o que é uma impossibilidade objectiva! —, teríamos que ter em conta os vários tipos de inteligência, e não apenas uma delas.

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