Primeiro, foi a obrigação de uso do cinto de segurança nos automóveis; depois foi a proibição do consumo de tabaco, mesmo ao ar livre; agora, no rescaldo dos confinamentos coercivos covideiros, os Estados dos países da União Europeia pretendem o "progresso da opinião pública" no sentido de se proibir o consumo de vinho e cerveja.
A Esquerda puritana europeia defende uma nova Lei Seca.
O "progresso da opinião pública" (segundo o conceito de Karl Popper) define a Janela de Overton.
Quando o Estado passou a obrigar a colocação do cinto de segurança nos condutores de automóveis, eu reagi muito mal. O argumento antiliberal então utilizado pelo Estado foi o de que “as despesas hospitalares das vítimas dos acidentes de viação são pagas pelo Estado”; e eu contra-argumentei: assim sendo, então que as vítimas dos acidentes sejam responsabilizadas pelos seus actos (por exemplo, quem não usa cinto de segurança e tem um acidente de automóvel, então que pague a respectiva despesa hospitalar do seu próprio bolso) em vez de as pessoas serem tratadas, pelo Estado, como crianças.
O meu problema não é o de usar o cinto de segurança; o meu problema é o de ser obrigado e coagido pela violência do Estado a usar o cinto de segurança. Não gosto de usar canga ou albarda. Para cavalgadura já me basta o monhé.
“Um governo que fosse fundado sobre o princípio da benevolência para com o povo — tal o do pai para com os seus filhos, quer dizer, um governo paternal —, onde, por consequência, os sujeitos, tais filhos menores, incapazes de decidir acerca do que lhes é verdadeiramente útil ou nocivo, são obrigados a comportar-se de um modo unicamente passivo, a fim de esperar, apenas do juízo do Estado, a maneira como devem ser felizes, e unicamente da sua bondade que ele o queira igualmente — um tal governo, digo, é o maior despotismo que se pode conceber.”
→ Immanuel Kant [“Teoria e Prática”, 1793]
Siga-me no Twitter, no Telegram, no Gettr ou no Gab
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.