Escreve a professora Helena Serrão, citando o maluco John Stuart Mill:
“A associação entre iguais só pode existir baseada no entendimento de que os interesses de todos têm de ser encarados de modo igual.”
O século XIX foi terrível para o pensamento europeu. Ortega y Gasset referiu-se ao século XIX como o “século da ditadura dos físicos”.
Por exemplo, o utilitarista (Marginalismo) Carl Menger escreveu o seguinte:
“É tão útil a oração para o homem santo, como é útil o crime para o homem criminoso”.
A “inclusividade”, propalada pela Esquerda, vem na esteira do utilitarismo de John Stuart Mill, assim como foi utilitarista a “inclusividade” do defunto papa Chico. O Chico foi o primeiro papa utilitarista da História; e como bom esquerdista, viveu de joelhos perante as suas próprias (e putativas) virtudes.
A nossa civilização parece um palácio barroco ocupado por uma multidão desgrenhada — e o utilitarismo foi essencial para o desgrenhar moral das massas. É o mesmo utilitarismo que abriu as portas à actual imigração em massa dos novos desgrenhados morais.
“Civilização” é o que morre com o fim do século XVIII. O que se extingue, ao longo do século XIX, é a dignidade dos humildes. Coube ao utilitarismo o privilégio de corromper os humildes.
O utilitarismo do século XIX cilindrou os valores promotores da dignidade humana, ao mesmo tempo que transformou o conceito de “progresso” em uma lei da natureza — por exemplo, com Herbert Spencer, segundo a qual a “evolução social” consiste na diferenciação funcional individuante, ou seja, a ideia segundo a qual o “progresso” consiste na atomização do indivíduo, ao ponto de se encontrar só e isolado, face ao Estado, como aconteceu com todos os totalitarismos do século XX: para os utilitaristas, o “processo histórico” é concebido como um organismo biológico que “evolui”.
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