Eu nunca aceitei que me obrigassem, por lei, a colocar o cinto de segurança quando me desloco de automóvel — porque sempre pensei (e penso) que é um abuso da autoridade do Estado. O cidadão deveria ser aconselhado (pelo Estado) a colocar o cinto de segurança, mas considero que a obrigatoriedade legal da sua colocação, com direito a multas esdrúxulas e acintosas, não deveria ocorrer.
Da mesma forma que o Estado não proíbe, por lei, o fumo do cigarro (com excepção o fumo em espaços públicos fechados), também não deveria proibir que o cidadão se deslocasse no seu automóvel sem cinto de segurança colocado.
Ou seja, o vídeo anti-tabagista (a que se refere a Isabel Moreira) faz todo o sentido em uma sociedade em que o Estado dá liberdade ao cidadão para fumar, se assim quiser; mas o Estado também deve ter a liberdade de defender a ideia segundo a qual o cidadão não deveria fumar — e daí surge o vídeo do Ministério da Saúde.
Seria muito mais fácil ao Estado proibir a venda de tabaco por decreto, e estaríamos um Estado puritano e totalitário — assim como foi facílimo ao Estado proibir aos cidadãos a condução sem cinto de segurança. Eu não sou atreito a aceitar facilmente proibições ditadas pelo Estado.
A questão é esta: ¿o fumo de tabaco faz mal à saúde do cidadão?
A resposta é: está cientificamente demonstrado que o tabagismo é prejudicial à saúde do cidadão, mas o Estado não tem nada a ver com isso.
O Estado pode dar conselhos, se assim quiser. Tudo o que seja mais do que um conselho é abuso de confiança.
O argumento Vegan, esquerdóide e politicamente correcto segundo o qual “ai e tal, os hospitais públicos são pagos pelo Estado”, não colhe — porque, pelo mesmo tipo de raciocínio, teríamos que proibir (por decreto) a existência dos gordos, proibir os McDonalds, proibir o consumo de açúcar, proibir a carne de porco, etc., e púnhamos os cidadãos a comer erva. E viva Estaline!
E, apesar de todas estas proibições, as pessoas continuariam a morrer nos hospitais públicos, para desgosto do Estado cripto-estalinista.
Porém, o problema aqui é a idiossincrasia da Isabel Moreira: por um lado, defende que o partido CHEGA deveria ser ilegalizado porque não concorda com as ideias desse partido; e depois vem defender a ilegalização do direito do Estado a dar simples conselhos aos cidadãos.
A Isabel Moreira tem um arquétipo mental totalitário que deveria incomodar o Partido Socialista. Ela defende a proibição de tudo com o que ela não concorde; mas, de um Partido Socialista radical e de extrema-esquerda, já esperamos tudo.
