domingo, 18 de maio de 2014

Monarquia, República, Nação e Estado

 

Quando Mário Soares diz que “o Estado Novo não foi uma república”, tem, em parte, razão. A república pressupõe a existência dos partidos políticos e as eleições ao serviço do movimento revolucionário que tem a certeza do futuro (Historicismo: o progresso é visto como uma lei da natureza).

Parte-se do princípio de que o conceito de “república” assenta em princípios jacobinos (provenientes da revolução francesa), em que os partidos políticos e as eleições são meios políticos de transformação da sociedade rumo à criação do “Homem Novo”.

A república (propriamente dita) coloca a Nação ao serviço do Estado; a monarquia (propriamente dita) coloca o Estado ao serviço da Nação.

Por isso é que um monárquico não o pode ser apenas por tradição: há uma filosofia por detrás da monarquia: o rei, e exactamente porque não é eleito, é um símbolo da Nação (ninguém se lembraria de submeter a eleições, por exemplo, a bandeira nacional!, ou o hino nacional; e note-se que um plebiscito não é uma eleição); e o presidente da república, mesmo sendo eleito, é sobretudo um símbolo do Estado.

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