“Segundo George Orwell, novilíngua é uma forma de controlo social, através do qual o Estado se apropria de palavras correntes, atribuindo-lhes um sentido diferente, sempre difuso, muitas vezes o oposto do sentido original. A ideia é simples: quem controla a linguagem, controla a comunicação, e quem controla a comunicação, controla a informação, o que o público sabe, o que as pessoas conhecem do Estado. A linguagem é um meio de perpetuar o poder, e a novilíngua o instrumento que permite a manutenção de um discurso público que legitima a sua existência.”
Estamos aqui em presença da falácia lógica conhecida por Tu Quoque.
É verdade que Passos Coelho é um revolucionário, no sentido em que utiliza o mesmo tipo de instrumentos da esquerda radical para a combater. Ou, melhor dizendo: Passos Coelho “trata a doença do cão com o pêlo do próprio cão”. Mas, em minha opinião, um sacana não deixa de o ser por ser de direita ou de esquerda. E tanto é sacana a novilíngua do Passos Coelho como a de quem tenta esconder, por exemplo, o significado da palavra “aborto”, substituindo-a por IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez).
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