«Eu não tenho qualquer inibição em voltar às questões antigas, assim como não tenho qualquer inibição em utilizar a linguagem tradicional de uma religião antiga. ¿Podes, ou pode alguém defrontar a ordem central das coisas ou dos acontecimentos, sobre a qual não se pode duvidar, de maneira tão imediata, entrar em relação com ela de uma maneira tão directa como o pode a alma de um outro ser humano? Utilizo aqui expressamente a palavra “alma”, tão difícil de interpretar, de modo a não ser mal entendido.
Se perguntas assim, responderei com um “sim”. Talvez possamos dizer que, de repente, a ligação com um outro mundo, um mundo superior, nos surgiu de uma maneira que nos obriga para toda a vida e que nos falou (eu próprio pensaria aqui, por exemplo, antes de mais, na noite no terraço das ruínas de Pappenheim, no Verão de 1920); ou podemos exprimi-lo dizendo que, de repente, o sentido da nossa vida se tornou claro...
“Quem se aproximou uma vez da chama, fica sempre escravo da chama” — esta consciência do outro mundo, de um mundo superior, é algo que se aproxima de nós de maneira absolutamente directa, de certo modo, a partir de fora, de forma que não podemos sequer duvidar de que é justamente um outro mundo que está subitamente à nossa frente e que nos desafia.»
— Werner Heisenberg, citado por Hans-Peter Dürr em “Física e Transcendência”
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
A noite no terraço das ruínas de Pappenheim, no Verão de 1920
Etiquetas:
metafísica
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