A Helena Damião acha que o crioulo pode ser instrumento de arte poética. Pode ser; mas na terra dos crioulos. Por exemplo, podemos ver aqui em baixo a canção de Cesária Évora, “Sodade”: pouca gente percebe a letra, mas o som da morna (que tem origem no fado português, diga-se em abono da verdade) cativa mesmo os povos nórdicos...
É politicamente correcto — fica bem! É coisa finíssima!, própria os “tios” e das “tias”— achar que do crioulo se extrai uma “grande poesia”. Por exemplo, não é necessária qualquer métrica na poesia crioula porque esta está acima de qualquer colete de forças formal.
A poesia crioula é coisa do povo (ui!, que fino!); ¿e haverá coisa mais genial do que a poesia popular?
Mal andou o poeta popular português, Aleixo de seu nome, que deu à métrica uma importância inusitada e despicienda. A poesia do Aleixo é igual às outras: o que é genial é o “Ai Se Sesse” do crioulo Zé da Luz.
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