“Persistir no erro de pensar que os alemães, que elegeram a sua sua chanceler democraticamente com 41,5% dos votos, são os responsáveis pelos males dos países como o nosso que mostram mais dificuldades em sair da crise do crédito fácil é demasiado básico, e assim sendo, uma fatalidade para nós portugueses.”
Hoje, até o neoliberal mais empedernido do blogue Blasfémias sabe, e até reconhece, que a construção do Euro padeceu de um pecado original. O próprio Milton Friedman afirmou não acreditar que o Euro durasse muito tempo, dada a construção deficiente e as bases erradas do Euro.
Naturalmente que Portugal “colocou-se a jeito” e foi “comido”, essencialmente pela Alemanha. Toda a gente sabe disto. Há quem diga que a Alemanha não tem culpa de Portugal se ter “posto a jeito”; mas quando alguém se aproveita de alguém que está inadvertidamente de cócoras, não vejo nisso grande virtude — antes, vejo nisso oportunismo negativo. E pode haver oportunismo para coisas boas e para coisas más. Neste caso, a Alemanha foi oportunista no sentido negativo.
É certo que tivemos um responsável pelo Banco de Portugal (Vítor Constâncio) que afirmou publicamente que, “estando Portugal dentro do Euro, o país poderia endividar-se à fartazana”; mas ninguém o desmentiu, nem cá dentro nem lá fora... na altura em que Portugal se endividava até rebentar, não vimos nenhum político alemão a fazer declarações públicas no sentido de “aviso à navegação” — como temos visto, nos últimos três anos, os governantes alemães dizer que Portugal tem que “pagar e não bufar” … e por isso é que o Constâncio foi promovido e é hoje vice-governador do BCE [Banco Central Europeu]: depois de ter contribuído decisivamente para “comer” o povo português através da classe política que temos, deram-lhe um prémio...!
Por isso é que o João Távora é estúpido. É como os burros: coloca uns antolhos e só vê para um lado. É incapaz de ver qualquer deficiência na actuação da Alemanha no processo do Euro.
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