O Syriza quer que a Grécia saia do Euro, embora sob determinadas condições. Por isso é que o Syriza diz que “não quer sair do Euro”: pretende que a saída da Grécia do Euro seja apoiada pelos credores, e nesse sentido coloca o ónus da responsabilidade política nos países que controlam o BCE [Banco Central Europeu] — com a Alemanha à cabeça.
Se os credores da Grécia (não estou a falar em perdão de dívida!) derem condições especiais à Grécia para que saia do Euro sem grandes perturbações (garantindo o financiamento ao novo dracma, e amortecendo o choque da mudança de moeda), e se, com o novo dracma e com os apoios dos credores, a economia grega passar a crescer mais de 2% por ano (penso que poderá crescer até mais do que isto: poderia andar entre os 3 e os 4%), os burocratas de Bruxelas estarão em maus lençóis.
A Grécia (com o governo de direita de Samaras) já conseguiu muita coisa: já cobra muito mais impostos e reduziu radicalmente a fuga ao fisco; reduziu a burocracia do Estado; e se o peso dos juros da dívida na economia grega não fosse tão grande (30% da colecta de impostos), o défice orçamental da Grécia andaria já pelos 3%.
O problema é que o Euro é um projecto político, e não meramente económico. É um projecto político de construção de um leviatão burocrático.
E se a Grécia sair do Euro (repito: com o apoio dos credores!, e sem perdão de dívida) e a economia grega começar a crescer, Portugal, Espanha, e até a Itália poderão seguir o exemplo da Grécia. É disto que os burocratas de Bruxelas têm medo!
Também já aqui mandei a minha posta de pescada sobre a vitória do Syriza:
ResponderEliminarhttp://historiamaximus.blogspot.pt/2015/01/a-historia-da-europa-escreve-se-em.html
Acabei de saber que o Syriza fez coligação com um partido da direita nacionalista, já sinto o cheiro a diareia vindo dos lados do Bloco de Esquerda...