quarta-feira, 8 de abril de 2015

Cícero e os deuses

 

Não é porque a maioria pensa de uma certa maneira ou tem determinadas crenças em comum, que essas crenças são verdadeiras. Mas também não é porque uma minoria elitista ou revolucionária tem determinadas crenças que ela tem razão.

Por isso, a tese de Cícero em relação aos deuses não é válida em si mesma — o que não significa que o inatismo (no sentido do ponto 1) não seja (pelo menos parcialmente) válido ou seja falso: é o argumento de Cícero que é inválido, no sentido, por exemplo, em que não foi por que a maioria acreditou que o Sol se movimentava em torno da Terra que essa crença era verdadeira.

Cícero mistura o inatismo, por um lado, com aparência que a experiência pode contrariar, por outro lado.

Qualquer crença deve ter um fundamento racional para além do inatismo — ou seja, o inatismo deve ser combinado com a experiência. A crença em Deus como Princípio Primeiro ou Causal é racional, mas o mesmo já não podemos dizer dos “deuses” de Cícero.

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