quinta-feira, 14 de maio de 2015

Por detrás do nominalismo radical “de género” do Bloco de Esquerda está uma religião política totalitária

 

“É importante que rapidamente se passe à elaboração de leis respeitadoras da auto-determinação das pessoas, da democratização do género que deixe de ter as velhas gramáticas binárias e passe a poder compreender o género como diversidade.”

O género como democracia (via)

1/ A qualidade do que é diverso — a “diversidade” — é muitas vezes confundido com o “outro”, entendido como “contrário do mesmo”; mas este adjectivo (“diverso”) deveria utilizar-se para aquilo que implica não só a multiplicidade e a diferença em relação ao “mesmo”, mas ainda e sobretudo para aquilo que leva esta multiplicidade e esta diferença até ao infinito virtual (possível ou em potência) ou actual (em acto).

O “diverso” — se for apresentado no sentido de “diversidade” na citação em epígrafe — reúne em si tudo o que não pode ser incluído no discurso filosófico e/ou científico. O “infinito” designa aquilo que não tem limites, sejam estes actual- ou absolutamente “impossíveis” ou “possíveis” (por exemplo, neste último caso, o tempo).

O infinito — que o conceito de “diversidade” implica — em ciência política, é uma impossibilidade objectiva; transforma a ciência política em um dogma controlado de uma forma arbitrária por uma determinada colecção de indivíduos alcantilada ao Poder.

Neste cenário, qualquer tipo de categorização (concepção de categorias) é tida como uma forma de “opressão”, e a categorização, possível e tolerável, é reduzida ao indivíduo (cada indivíduo é uma categoria, um átomo diferente de outro átomo mas tratado de forma igualitária pela elite política; a atomização da sociedade): estamos em presença de um dogma de uma religião política que nega não só a filosofia e até a ciência, mas também nega a própria sociedade enquanto tal (seja esta qual e como for).

2/ o nominalismo é uma forma de ver o mundo segundo a qual este é compreendido como sendo composto exclusivamente por objectos particulares (sem interligação com outros objectos, sem categorias), e o conhecimento e os conceitos são reduzidos ao conhecimento de objectos particulares e independentes.

O nominalismo radical elimina a interacção entre seres humanos, e concebe o uso da linguagem em um contexto de abstracção da interacção social. O nominalismo radical, quando aplicado em política, leva à atomização da sociedade que é a melhor forma de a controlar.

3/ por detrás do nominalismo radical do Bloco de Esquerda está uma religião política totalitária.

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