domingo, 4 de outubro de 2015

A ciência demonstrou e verificou a necessidade da identidade

 

“Uma afirmação de identidade é qualquer afirmação segundo a qual um objecto A é numericamente idêntico a um objecto B. Por exemplo, a afirmação de que Bernardo Soares é idêntico a Fernando Pessoa é uma afirmação de identidade deste género, tal como sucede com Túlio e Cícero, Véspero e Fósforo, Miguel Torga e Adolfo Correia da Rocha, ou água e H2O, etc.”

Domingos Faria

Bernardo Soares não é idêntico a Fernando Pessoa, como é evidente; embora H2O seja idêntico à água, assim como o vitríolo é idêntico ao ácido sulfúrico concentrado. Para serem idênticas, duas coisas devem ser indiscerníveis. Não devemos confundir identidade, por um lado, e semelhança, por outro lado; nem devemos confundir identidade e igualdade: o facto de um conjunto de pessoas ser tratado da mesma maneira não significa que essas pessoas sejam idênticas.

A identidade é o carácter do que é completamente semelhante a qualquer coisa, ou do que permanece o mesmo através do tempo.

Na física quântica, uma partícula elementar é idêntica a outra partícula elementar. Por exemplo, um electrão é (rigorosamente) idêntico a outro electrão. De certa forma, Leibniz tinha razão quando se referiu à “identidade dos indiscerníveis”. A identidade tem maior dificuldade em se manifestar, aos nossos olhos, na realidade macroscópica em que existe o ser humano, mas isso não significa que o conceito de identidade seja uma abstracção.

Não é necessário recorrer à lógica de Kripke para justificar a tese da necessidade da identidade: basta falar com o Carlos Fiolhais . Ele explicaria, melhor do que eu (obviamente), que a identidade entre partículas elementares é um facto necessário. E sem partículas elementares não há força entrópica da gravidade, nem o universo conforme se nos apresenta aos sentidos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.