domingo, 29 de novembro de 2015

Francisco Mendes da Silva, Ana Rita Bessa e Teresa Caeiro

 

“Os deputados do CDS-PP Francisco Mendes da Silva, Ana Rita Bessa e Teresa Caeiro defenderam que os casais homossexuais têm a mesma capacidade para adoptar crianças, questionando, contudo, se existe na sociedade um ambiente favorável.”

Estes deputados do CDS defendem adopção por “casais” gay

Em nenhuma sociedade existe um “ambiente favorável” à adopção de crianças por pares de invertidos, a não ser através da imposição da força bruta do Estado, como acontece, por exemplo, nos países nórdicos. Ora, um direito imposto à custa da força bruta do Estado não é um direito propriamente dito.

Nos países nórdicos não existe um “ambiente favorável” à adopção de crianças por pares de invertidos; o que existe é um medo difuso na sociedade de se pronunciar contra ela, e um silêncio generalizado em relação a qualquer juízo de valor sobre o assunto. A ideia segundo a qual “nos países nórdicos existe um ambiente favorável à adopção de crianças por pares de invertidos” é um mito que só cabe na cabeça de mentecaptos. Dantes tínhamos a URSS como “o sol do mundo”; hoje temos os países nórdicos.


“O deputado centrista [Francisco Mendes da Silva], que foi um dos parlamentares que deixaram na sexta-feira a Assembleia da República devido ao regresso dos antigos membros do governo ao hemiciclo, sublinha, contudo, que o "interesse central é o superior interesse da criança" e "é este que deve ser, sempre, o guia supremo do legislador", e a partir desse guia persistem "dúvidas profundas" que não conseguiu ainda ultrapassar e que se prendem sobretudo com a maturidade da sociedade”.

Existe aqui uma ideia (que é incompreensível em um deputado do CDS/PP) segundo a qual uma “sociedade madura” tem a característica de se negar a si própria — a não ser que o deputado raciocine na mesma linha de Jean-Edern Hallier: “As civilizações apenas são mortais porque se tornam clarividentes. Logo que se põem a reflectir sobre si próprias, estoiram...”

A “maturidade da sociedade” é um conceito abstracto ou subjectivo, a não ser que seja sinónimo de “decadência”.

Se “maturidade da sociedade” não se identifica com “racionalidade” (que é diferente de “racionalismo”), entramos no campo do surreal ou do puro subjectivismo ético, político e jurídico que é característica de uma certa Esquerda psicótica.


"Existe ou não na sociedade portuguesa, já, um sentimento geral que a aproxima dos princípios dos projectos em discussão? Devem os riscos de um hipotético ambiente geral desfavorável sobrepor-se aos benefícios eventualmente decorrentes da mudança na lei?", são algumas das questões colocadas por Francisco Mendes da Silva.

O “sentimento geral que a aproxima dos princípios dos projectos” significa o “progresso da opinião pública”, sendo que o “progresso da sociedade” é considerado uma lei da natureza. E esse “progresso da sociedade” passa pela dessensibilização ou anestesia ética e cultural da sociedade em nome de um império da emoção (o sentimento) sobre a razão. A ética passa a ser resultado de puro sentimento, subjectivo como é óbvio.

foi cesarianaA ideia é a de que, por intermédio do sentimento (emoção), podemos (o povo) aceitar as ideias e os comportamentos mais abstrusos: é a ideia do “sentimento” como chave da fundamentação da ética.

O movimento feminista esganiçado ― por exemplo na voz de Germaine Greer ou da “filósofa” Herlinde Pauer-Studer ― defende a posição segundo a qual a fundamentação da ética tem sido, ao longo da História, demasiado racional. Segundo essas feministas desconstrutivistas e esganiçadas, a ética tem sido unilateralmente analisada, e essa unilateralidade teria surgido devido à exclusão da experiência feminina. Elas defendem a ideia da inclusão das virtudes características da mulher esganiçada na análise da ética, como a intuição, a compaixão, do cuidado ou do sentimental. Schopenhauer e Levinas inserem-se no mesmo espírito da fundamentação ética (e jurídica) no sentimento, e não na razão.

Em suma, as feministas esganiçadas e desconstrutivistas, Schopenhauer e Levinas (entre outros), e os idiotas úteis como o Francisco Mendes da Silva, renunciam a uma fundamentação racional da ética. Para elas e eles, os valores surgem espontaneamente da profundidade dos sentimentos e da empatia funcional.

O problema que se coloca nesta concepção “sentimental” da ética é que ela é permeável à total arbitrariedade, porque os seres humanos não têm todos os mesmos sentimentos. Existem criaturas humanas que nem sequer são capazes de sentimentos empáticos, e contudo, a ética e a lei terão que existir para eles também.


Cabe ao Estado assegurar o superior interesse da criança. ”

Há aqui um erro crasso de análise do Chico; talvez um erro propositado. Não cabe ao Estado assegurar o superior interesse da criança: cabe à sociedade essa função. O Estado é apenas um instrumento da prossecução dos fins da sociedade, e não é a sociedade (a nação) que é um instrumento da prossecução dos fins do Estado.

O Estado é um meio, e não um fim em si mesmo. Quando o Estado é visto como um fim em si mesmo — como aconteceu na URSS e acontece hoje nos países nórdicos que é o actual “sol do mundo socialista” — entramos em um ambiente social que foi caracterizado pelo romance “O Rinoceronte”, de Ionesco: enquanto vários rinocerontes circulam livremente pela cidade, um representante da ideologia política oficial e politicamente correcta vem responder às angústias dos cidadãos através de palavras-mestras e slogans.

É evidente que Francisco Mendes da Silva, Ana Rita Bessa, Teresa Caeiro, Adolfo Mesquita Nunes, e até eventualmente Paulo Portas, deveriam sair do CDS/PP. Ou então retirem o conceito de “democracia-cristã” dos estatutos do partido; enquanto este conceito lá estiver, não podem haver divergências em assuntos tão fundamentais como o da adopção de crianças por pares de invertidos. Neste aspecto o Partido Social Democrata é mais coerente, e por isso é que não voto nele.

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