sábado, 13 de fevereiro de 2016

A redução da antropologia à economia

 

A redução de toda a realidade à economia é uma característica da pós-modernidade. Essa atitude redutora está bem patente em quase toda a opinião publicada: é como que, perante a perda de sentido, as pessoas se agarrassem a uma qualquer “ciência” para afastarem os demónios do absurdo que elas próprias criam ou adoptam.

Um exemplo da redução da realidade à economia é este texto: é uma logomaquia em “economês” em defesa do Rendimento Básico Incondicional.

Porém, o problema do Rendimento Básico Incondicional é antes de mais um problema antropológico lato sensu que não pode ser reduzido à economia. Antes de ser um problema económico, é um problema metafísico; e depois, é um problema ético; a seguir é um problema cultural; depois passa a ser um problema político; e só finalmente é um problema financeiro.

A definição de Rendimento Básico Incondicional pode ser lida aqui:

“O Rendimento Básico Incondicional é uma prestação atribuída a cada cidadão, independentemente da sua situação financeira, familiar ou profissional, e suficiente para permitir uma vida com dignidade”.

O Rendimento Básico Incondicional significa que o Estado tem a obrigação de sustentar o indivíduo independentemente de ele querer trabalhar muito, pouco, ou mesmo nada. Como se vê, o problema é antes de mais, metafísico e ético. E depois é cultural (antropológico) e político. A economia vem no fim da linha.

3 comentários:

  1. O que essa gente que defende o Rendimento Básico Incondicional, se esquece de explicar, é como é que vão pagar o mesmo???

    E como é óbvio, não é justo que uma pessoa receba um rendimento em troca de absolutamente nada. Isso são ideias estúpidas da esquerda. Essa gente sonha de noite, para contar de dia.

    Tive um colega na Universidade, que era um trotskista membro do RUPTURA/FER, agora MAS. Essa gente tinha ideias magníficas como por exemplo, proporem que quando acontecesse a "Revolução" comunista, nós passávamos todos a comer só em cantinas sociais e o Estado vinha à nossa casa confiscar o fogão e os equipamentos de cozinha, para serem reciclados para outros fins, pois na lógica dessa gente, vai passar tudo a comer em cantinas e portanto já ninguém vai precisar de um forno em casa, por isso confisca-se o forno para derreter o metal!

    Isto é gente completamente chanada dos carretos, pessoas assim no poder, arruínam povos e nações.

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    1. E você a dar-lhe! O problema económico e financeiro é a última coisa a preocupar. Antes de analisar o problema económico, temos que ver, por exemplo, o impacto do conceito de Rendimento Básico Incondicional na cultura antropológica.

      Reduzir o conceito de Rendimento Básico Incondicional à economia é uma estupidez.

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    2. "Antes de analisar o problema económico, temos que ver, por exemplo, o impacto do conceito de Rendimento Básico Incondicional na cultura antropológica."

      Eu percebi o que quis dizer. O impacto é a malandrice pura e simples.

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