quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Para a Esquerda, o ser humano não tem alma.

 

A Esquerda é determinista; recusa a noção de liberdade. E apenas invoca a liberdade para justificar a sua visão determinista: a liberdade é vista, pela Esquerda, como uma forma de cada um obedecer às suas próprias leis endógenas alegadamente impostas pela Natureza.

Para a Esquerda, o ser humano não tem alma. E, por isso, o ser humano subordina-se exclusivamente às leis da natureza e às leis da causalidade: a liberdade do ser humano, segundo a Esquerda, consiste em não contrariar as supostas leis da natureza que o agrilhoam.

“O neoliberalismo tem-se relacionado com o aumento da obesidade. O neoliberalismo faz mal à saúde. Isto anda mesmo tudo ligado”.
Isabel do Carmo, radical de Esquerda, via

Seguindo o raciocínio da Isabel do Carmo, um assassino poderia explicar ao juiz que o seu acto resultou inevitavelmente, por exemplo, da sua predisposição genética, ou de um processo programado no cérebro (tal como um trovão se segue a um raio). Ou seja, a culpa seria da organização do mundo, ou então da Natureza que deixa que os seres humanos se tornem assassinos. E por isso, segundo a Esquerda, há que organizar o mundo de forma que os assassinos acabem, através da maior repressão política possível.

Deste modo, o ser humano degrada-se ao nível de um autómato que executa apenas aquilo a que é obrigado pela Natureza, ou então só faz aquilo a que é forçado pela organização da sociedade — porque o ser humano não tem livre-arbítrio. Os únicos com livre-arbítrio fazem parte da plêiade de iluminados de Esquerda. Só a elite de Esquerda é livre para determinar que a maioria não é livre.

Ou seja, segundo a Esquerda, o ser humano não é livre nem responsável pelas consequências dos seus actos. Por isso é que “os obesos são vítimas do neoliberalismo”: eles não têm livre-arbítrio. Isto significa que a igualdade perante a lei é uma ilusão, porque cada ser humano é dotado pela Natureza com dons diferentes. Em um mundo que é dirigido exclusivamente pelas leis da natureza, o conceito de “justiça” não tem qualquer sentido.

Esta mundividência de Esquerda é assustadora — porque defende a ideia segundo a qual, seja o que for que vou fazer, no momento da acção, passa-se comigo o mesmo que se passa com um autómato: não posso agir de outra maneira (“os gays nascem assim, e portanto não podem agir de outra maneira”).

Entre a Esquerda e a Direita existe esta diferença fundamental, e absolutamente irreconciliável. A Direita propriamente dita diz que alguns acontecimentos do mundo (o mundo moral) devem-se a decisões independentes de regras, e autónomas (autodeterminação): o conceito de autonomia da Direita baseia-se na Natureza Humana como algo de fundamentalmente inalterável — ao passo que a Esquerda nega o conceito de Natureza Humana perene, e acredita que pode alterá-la através de engenheiras sociais.

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