“Não creio no sufrágio universal, porque o voto individual não tem em conta a diferenciação humana. Não creio na igualdade, mas na hierarquia. Os homens, na minha opinião, devem ser iguais perante a lei, mas considero perigoso atribuir a todos os mesmos direitos políticos.”
António de Oliveira Salazar, entrevista ao jornal «Le Figaro», Setembro de 1958.
O problema desta proposição de Salazar é o seguinte: ¿quem deve governar? Esta pergunta foi feita por Platão. ¿Quem estabelece o critério da desigualdade dos direitos políticos?
A democracia tem a vantagem de as mudanças políticas se operarem sem derramamento de sangue. Por outro lado, a igualdade natural não significa que as pessoas sejam idênticas, ou seja, a igualdade natural (Direito Natural) não é impedimento da hierarquia.
Não devemos confundir democracia com o que existe hoje. Vejamos o que escreve o reaccionário Alain de Benoist:
“A democracia mudou. Foi no início um meio para o povo participar na vida pública elegendo representantes. Em vez disso, a democracia tornou-se em um meio para que os representantes adquirissem legitimidade popular para o exercício do Poder. O povo já não governa através de representantes: são os representantes que se governam a si própios. ¿Quem representa o quê? A noção de 'representação' está em crise”.
Alain de Benoist, The Problem of Democracy
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