José Rodrigues dos Santos tem uma imaginação fértil que lhe deu algum sucesso literário, mas já não é a primeira vez que revela a sua ignorância em epistemologia ou em filosofia.
Dizer que o fascismo é de origem marxista é o mesmo que dizer que um indivíduo pode ser o pai de um seu primo direito.
O marxismo e fascismo são vergônteas do Romantismo do século XVIII (por exemplo, com Rousseau) [esta opinião é corroborada, por exemplo, por Bertrand Russell]. Digamos que o fascismo e o marxismo são só “primos direitos” desavindos. Isto significa que o articulista Paulo Pena está errado quando escreve:
“A prova de que não há uma origem comum entre as duas ideologias é avançada pelo historiador inglês Tony Judt no seu livro Pensar o Século XX: “Quando falamos de marxistas podemos começar com os conceitos. Os fascistas não tinham, na realidade, conceitos. Tinham atitudes. Têm respostas distintivas a questões como a guerra, a depressão e o atraso. Mas não começam com um conjunto de ideias que depois tentam aplicar ao Mundo.”
Paulo Pena confunde o “antagonismo entre o fascismo e o marxismo”, por um lado, com “a origem comum” dos dois movimentos, por outro lado. A origem comum dos dois movimentos está em Rousseau e no Romantismo em geral (incluindo Lord Byron).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.