quinta-feira, 9 de junho de 2016

O João César das Neves é incoerente

 

“Vivemos hoje em Portugal uma das situações mais terríveis e perturbadoras da humanidade: a lenta gestação de uma catástrofe. No futuro, quando olharem para o nosso tempo, as pessoas terão muita dificuldade em entender a apatia nacional que conduziu ao colapso de 2017-2018. Nessa altura muitos perguntarão como foi possível tal cegueira, ignorando os verdadeiros problemas, até se cair na ruína? Nós temos a resposta a este terrível enigma em directo e ao vivo.

César das Neves, no DN


O João César das Neves perde a razão quando se coloca do lado do federalismo da União Europeia.

A União Europeia tem um discurso anti-nacionalista, mas defende uma “nação” europeia federalista: “o nacionalismo é mau” — dizem os burocratas da União Europeia; mas a “nação” da União Europeia é boa. No entanto, o mal-estar está já instalado na Europa, devido ao despotismo dos burocratas de Bruxelas.

socialismo-religiao-familia-propriedade

Aparentemente, a única razão por que a Esquerda diz que “a União Europeia não é socialista”, é devida à relação que a União Europeia tem com a propriedade privada. Mas, como escreveu G. K. Chesterton, 'Demasiado capitalismo' não significa a existência de muitos capitalistas, mas antes significa a existência de poucos capitalistas.

A União Europeia bloqueia o pequeno e médio capitalismo e protege os grandes monopólios plutocratas transnacionais — o que significa que a independência material dos cidadãos em relação ao Estado é transferida para uma dependência material em relação a oligarquias. Por exemplo, em França, apenas 5.000 pessoas controlam o país inteiro de 60 milhões de pessoas, ligadas pela academia e pelo casamento.

A luta final dos marxistas europeus consiste na transferência da dependência material dos cidadãos para o Estado (porque os outros pressupostos do socialismo, a destruição da religião e da família, na cultura antropológica, já foram atingidos na União Europeia). Mas o João César das Neves continua a ser europeísta.

O outro problema é a democracia, que alimenta o parasitismo social e uma cultura de irresponsabilidade. Ou seja, a democracia é o instrumento da Esquerda para submissão total do cidadão ao Estado, o que significa a negação da democracia.

O objectivo da Esquerda é acabar com a democracia, utilizando a democracia.


«A nossa civilização corre o risco de ficar submersa como a Grécia (Atenas) sob a extensão da democracia, de cair inteiramente nas mãos dos escravos, ou então de ficar como Roma, não nas mãos de imperadores filhos do acaso e da decadência, mas de grupos financeiros sem pátria, sem lar na inteligência, sem escrúpulos intelectuais e sem causa em Deus.

O único antídoto para isto é uma lenta aristocratização

→ Fernando Pessoa

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.