quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A Isabel Moreira atacou, e a Esquerda pinchou

 

isabel-moreira-jc-webEm primeiro lugar, eu não sabia que o Pedro Marques Lopes é de esquerda; pensei que ele seria adepto do Partido Social Democrata, e que este partido fosse mais do “centro” (isto é piada).

Isabel Moreira escreveu algures que para a esquerda, «o princípio da liberdade articula-se com o princípio da igualdade».

Isabel Moreira tem razão — sendo que “igualdade”, aqui, não é só a igualdade (dos liberais) perante a lei: é sobretudo a “igualdade de condições” ou “igualdade social”: o incremento das aspirações sociais desencadeou (segundo Karl Marx) a crítica da insuficiência da simples igualdade de direitos que (segundo ele) é ilusória e formal. A Esquerda (marxista) procura igualar os meios e condições de existência, e esta tese marxista evoluiu (através do marxismo cultural ou politicamente correcto) para a actual negação ontológica das diferenças.

Isabel Moreira tem razão: os esquerdistas são uma cambada de psicóticos ou neuróticos.

Quando se fala agora e aqui em “liberdade”, fala-se em liberdade política — porque poderíamos falar da liberdade como independência interior, por exemplo, a dos estóicos.

A Esquerda (e a Isabel Moreira) entra em contradição, porque a liberdade por excelência é a liberdade negativa pela qual ela pugnou em relação à casta homossexual.

A liberdade negativa (não sermos impedidos por outrem naquilo que desejamos fazer) é talvez a liberdade por excelência, tal como defendeu Raymond Aron, para quem a única liberdade fundamental é “não ser impedido de”; as outras liberdades são de facto “direitos-capacidades” ou “direitos-crenças” que podemos ou devemos exigir (ou não), e apenas se espera que o Estado no-las garanta ou não (dependendo da opinião de cada um).

Isabel Moreira é mulher (e ainda por cima, da minoria lésbica); e por isso troca a liberdade pela segurança aparentemente garantida por um Estado plenipotenciário em que existe a ilusão da "Vontade Geral" de Rousseau. A maior parte das mulheres votam à Esquerda (que inclui o Partido Social Democrata) por este motivo. E (também) por causa dos votos das mulheres, vamos construindo um Estado leviatão que (cada vez mais) nos tolhe a liberdade.

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