domingo, 18 de dezembro de 2016

De vez em quando, o Pulido abusa do whisky

 

vpvO indígena (português), que vive na miséria ou perto dela, precisa de acreditar na estabilidade da família, do emprego, da reforma e da assistência médica; precisa de ver os filhos bem “encaminhados”; e os ladrões na cadeia. Numa palavra, precisa de acreditar na autoridade e hoje basta ligar a televisão para constatar que a autoridade democrática dia a dia se desfaz. O Estado faliu, os banqueiros faliram (ou andam lá perto), o desemprego continua, as criancinhas do 5º ano de escolaridade vão ser instruídas nas realidades do aborto e da contracepção, o PC e o Bloco proclamam a urgência de tornar Portugal numa espécie de Albânia e o governo vive da mão para a boca. No meio disto, naturalmente, o cidadão treme e, no fundo, começa a pensar que a sua paz de espírito vale um pouco de tirania. Não vale. Mas cada vez mais parece que vale. Salazar não chegou onde chegou, senão por isso. E não lhe custou muito.”

18 de Dezembro, 2016

Segundo o Pulido, só os indígenas miseráveis querem ver os ladrões na cadeia, etc.. Os da laia dele, que vivem em Cascais e na linha do Estoril, estão-se cagando para a estabilidade da família, etc.. E, segundo o Pulido Estrénuo, o primeiro-ministro eleito da Hungria é um ditador: de nada vale que o povo húngaro torne a votar nele em eleições livres: é um ditador e pronto!

Eu nunca sei quando o Vasco Pulido Valente escreve ébrio, ou mesmo em coma diabético.

“Se há ainda um sentido em falar de Europa (a não ser como expressão geográfica), só pode ser no sentido de cultura europeia. Mais precisamente a cultura europeia do século XVIII até meados do século XX. Ora Portugal só muito marginalmente participou nessa cultura, que ligava a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Holanda e a Bélgica, parte da Áustria e parte de Itália. Este país periférico e desconhecido não passava de um assunto para livros de viagem”.

A Bélgica, que se tornou independente no século XIX, faz parte (como país, segundo o Pulido) da cultura europeia do século XVIII. E Suíça e a Espanha, por exemplo, são obliteradas da cultura europeia do Pulido — e já nem falo em Portugal, para não incomodar os liberais portugueses anti-nacionalistas da linha de Cascais.

A Alemanha, onde no século XIX havia muita mais miséria material (e moral) do que em Portugal (ainda se vivia o feudalismo na Prússia do século XIX, por exemplo), é para o Pulido um exemplo insigne da cultura europeia.

Para o Pulido, “cultura” é aquilo que ele aprendeu lendo umas coisas. Ou a “cultura” é a ciência do eunuco espiritual em que se transformou o intrépido Pulido. O Pulido faz parte do problema; com gente desta não vamos lá.

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