“Aquilo que Portugal está a viver não é um PREC mas sim a destruição do centro.” → Helena Matos
Vamos tentar analisar em poucas palavras este texto da Helena Matos.
A História não se repete; mas há padrões históricos que se repetem (os ciclos históricos) → “a velhice do eterno novo”, como escreveu Fernando Pessoa. Em um certo sentido, o “novo é velho”.
Em 1975, o PREC [Processo Revolucionário em Curso] foi uma tentativa de destruição do centro — só que foi uma tentativa apoiada em uma parte das Forças Armadas e no agit-prop de rua à moda do José Pacheco Pereira.
Em primeiro lugar, temos que saber o que significa “centro”. O “centro político” é sempre uma posição relativa, por um lado, e por outro lado é uma posição referencial — é uma referência que não tem uma correspondência exacta na realidade política. O “centro”, em 1975, não é o mesmo “centro” em 2017.
Os marxistas (incluindo uma parte do Partido Socialista) aprenderam com o fracasso do PREC [Processo Revolucionário em Curso] de 1975, e com a queda do muro de Berlim.
A haver uma intervenção militar marxista (que ocorreu em 1975, a 11 de Março), esta ocorrerá desta vez em um último estágio do “processo” de tomada do Poder: em vez da intervenção das Forças Armadas “à cabeça” (inicial), a tropa fechará o “processo” político de tomada do Poder totalitário.
O papel da tropa é invertido, em relação a 1975.
Ademais, os métodos de tomada do Poder totalitário são diferentes hoje, em relação a 1975: digamos que os métodos de assalto ao Poder totalitário são hoje menos abrutalhados e mais refinados, com apelos sistemáticos ao sentimentalismo (a tolerância repressiva do marxismo cultural) e com o apoio incondicional das mulheres, em geral, à causa do politicamente correcto (embora haja excepções de mulheres que confirmam a regra).
Hoje, o perigo do totalitarismo é muito maior, porque em 1975 havia o bloco soviético e os Estados Unidos não queriam Portugal na esfera soviética. Hoje, os Estados Unidos estão se cagando para Portugal: hoje a reacção ao marxismo no Poder tem que ser indígena, e sem grande apoio da CIA e dos “Franks Carlucci”.
O que estamos a viver hoje é um novo tipo de PREC [Processo Revolucionário em Curso]; mas é um PREC da estória do sapo que não se dá conta de que vive no PREC .
check http://oliveirasalazar.org/download/documentos/Jaime%20Neves%20entrevistado%20por%20Jer%C3%B3nimo%20Pimentel.doc___091E72E3-55BD-468A-8FB1-FECA5678C49E.pdf em 1975 ainda a coisa se arranjou(da forma explicada no link acima).Hoje em dia a coisa é muito mais complexa sem dúvida.
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