quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O feminismo é uma espécie de mulismo

 

Longe vão os tempos das sufragistas (ver em baixo imagem de uma sufragista que se prendeu com um cadeado a uma vedação, em sinal de protesto, cerca de 1900), que reclamavam por direitos inequívocos; hoje, as feministas não pretendem direitos: exigem privilégios. Isto aplica-se tanto à Joana Amaral Dias como a quem a critica, por exemplo, a uma tal Paula Cordeiro.

A suffragette chaining herself to railings in protest in the early 1900s-web.

O textículo da tal Paula é venenoso (ver em PDF); revela alguém que já sabe a cartilha de cor e salteado.

Mas a cartilha que ela decorou só serve para lidar com gente com QI abaixo de 90 — por exemplo, quando ela diz que “o feminismo existe por força do seu contrário”: ela não diz que “contrário” é esse; mas se a afirmação do feminismo (que ela defende) implica a negação do seu “contrário (seja qual for esse “contrário”), a negação de um não conduz automaticamente à afirmação do seu “contrário” (por exemplo: não possuir uma qualidade não significa obrigatoriamente possuir uma qualidade inversa).

Isto significa uma coisa muito simples (seguindo o raciocínio da Paula): o feminismo legitima o machismo. Eu costumo dizer que, sendo o feminismo o contrário do machismo, o feminismo é mulismo, porque a fêmea do macho é a mula.


Dentro da gama de privilégios que as feministas reclamam, está a condição de uma vida profissional sem “sabores agridoces” — como reclama a tal Paula.

Note-se que ninguém deve estar, à partida, dogmaticamente contra a existência de privilégios; o problema é o de saber se os privilégios concedidos (a uma pessoa ou a uma categoria de pessoas) contribuem decisivamente para a sobrevivência da sociedade. É por isso que a sociedade normalmente concede privilégios às instituições.

mulher-tradiciona-e-mulher-posmoderna-web

Diz a Paula que a mulher portuguesa (e por extensão, a mulher ocidental) pode tomar decisões sobre o seu corpo (é claro que se refere ao aborto livre e grátis, mas pago com o meu dinheiro dos impostos); e, como termo de comparação da condição feminina, ela vai buscar a Arábia Saudita.

Por aqui vemos o discurso venenoso e pouco credível. A lógica é sempre a mesma: por exemplo, para justificar a legalização da eutanásia, eles vão buscar uma doença fatal que vitima uma pessoa em um milhão; para justificar o aborto grátis e à la carte, elas vão buscar (por exemplo) aquele caso excepcional daquela mulher que estava grávida de um feto sem cabeça. E por aí afora.

O irónico deste absurdo todo (que é o discurso feminista) é o de que a proposta de Joana Amaral Dias não é original: foi, em primeiro lugar, uma proposta do comuna inglês Jeremy Corbyn, para defesa das mulheres contra o real perigo dos Maomerdas que frequentam o Metro londrino.

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