Antes de existir oficialmente o chamado “politicamente correcto”, Portugal foi percursor do dito com o nacional-porreirismo, mediante de uma certa mentalidade indolente da cintura industrial lisboeta e alentejana.
Uma das características do nacional-porreirismo é relativismo histórico e moral. Por exemplo, quando, o Ferreira Fernandes escreve o seguinte no Diário de Notícias:
“Em 1962, com a crise nuclear a 80 km da Florida, John Kennedy chamou ministro dos Negócios Estrangeiros ao Mr. Gromyko e presidente a Khruchtchev - e foi firme, a ponto de ser ouvido pelos soviéticos. Não chamou Monstro do Pântano a um, nem Homem Aranha a outro. Ontem, Trump, depois de anunciar que a Coreia do Norte seria "totalmente destruída", acrescentou: "Rocket Man [o Homem Foguetão] está numa missão suicida para ele próprio e para o seu regime." Tentem seguir o fio ao pensamento.”
Em primeiro lugar, a URSS não é a mesma coisa que a Coreia do Norte; a comparação é uma falácia de Parménides, para além de comparar coisas de grandezas diferentes; mas o Ferreira Fernandes é que é um intelijumento que escreve nos me®dia; e por isso, entre outras razões, é que os me®dia andam falidos (porque muito do pessoal que sabe ler, não é parvo).
Em segundo lugar, em 1962 não existiam as “redes sociais”, e não havia a participação pública na política que hoje existe.
Em terceiro lugar: desde 1995, pelo menos, com Clinton, que existe uma política de apaziguamento em relação ao programa nuclear da Coreia do Norte. Vinte dois anos depois, a política de “afago” politicamente correcto em relação ao ditador coreano não deu qualquer resultado: pelo contrário, um país com um sistema totalitário em que o povo passa fome, desenvolveu a bomba de hidrogénio; e o Ferreira Fernandes compara, ou coloca no mesmo nível, Kim Jong-un e o Donald Trump.
É a merda do nacional-porreirismo.
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