sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O Bloco de Esquerda diz que o Padre António Vieira foi um colonialista

 

Há duas coisas que a extrema-esquerda (sob o manto de silêncio do Partido Socialista de António Costa, e dos intelectuais de merda da estirpe do José Pacheco Pereira) faz muito bem:

1/ uso e abuso da falácia de Parménides, que consiste em julgar o passado à luz de valores que estão neste momento na moda (o facto de estarem na moda não significa necessariamente que esses valores sejam positivos);

2/ a assunção do contra-factual histórico como sendo uma certeza, o que, no fundo, se resume à Teoria Crítica do marxismo cultural, que assume que a História deveria e poderia ter sido feita de outra maneira. E, para isso, a extrema-esquerda pretende “apagar” a nossa História e/ou destituir a nossa sociedade de uma memória histórica positiva. Trata-se de um projecto político totalitário à imagem de “1984” de George Orwell que escreveu:

“Quem controla o passado, controla o futuro; e quem controla o presente controla o passado”.

Ora, é sabido que quem controla o presente do nosso país é o Bloco de Esquerda — não só porque o Partido Socialista de António Costa depende politicamente do Bloco de Esquerda, mas também porque o próprio António Costa é (evidentemente) pessoalmente um radical muito próximo do ideário político do Bloco de Esquerda.


Padre-Antonio-Vieira-webÉ neste contexto político que (com apoio do Partido Socialista de António Costa que controla a Câmara Municipal de Lisboa) se organizou uma Manif de extrema-esquerda contra (pasme-se!) uma estátua do Padre António Vieira em Lisboa.

A extrema-esquerda portuguesa parece seguir o exemplo do derrube de estátuas levado a cabo pelo movimento fascista americano “Antifa”. A Manif radical de extrema-esquerda foi alegadamente dirigida por um tal Mamadou Ba que nasceu em Kolda, no Senegal (ele nem sequer nasceu em um país africano de língua portuguesa!), e que se arroga no direito de colocar em causa a História de Portugal.

As razões da extrema-esquerda invocadas pelos radicais dirigidos pelo Mamadou Ba para protestar contra uma estátua do Padre António Vieira são, alegadamente:

1/ o Padre António Vieira foi um colonialista;

2/ os jesuítas (e os católicos, em geral) são responsáveis por um etnocídio (desaparecimento da cultura ameríndia) no Brasil;

3/ a Igreja Católica (e o Cristianismo, em geral) é responsável pela escravatura dos negros.

Aplicam-se aqui os dois pontos prévios referidos: a falácia de Parménides e a certeza do contra-factual histórico. Convém, contudo, informar o senhor Mamadou Ba do seguinte:

1/ já existia escravatura em África (entre os negros) antes de os portugueses chegarem a África. Portanto, ele que vá contar essa estória (da escravatura portuguesa) à mãezinha dele, lá no Senegal.

2/ os jesuítas defenderam os índios, em relação à escravatura, e evitaram (através de uma acção política junto do Poder em Lisboa) um extermínio físico dos índios semelhante ao que aconteceu na América ocupada pelos espanhóis. O senhor Mamadou Ba escolheu mal o país para criticar.

3/ O senhor Mamadou Ba tem um nome islâmico (o Islamismo faz parte da cultura do Senegal). E talvez por isso o senhor Mamadou Ba não se refira à escravatura praticada no passado (e ainda hoje) pelo Islão — o que interessa ao senhor Mamadou Ba, como bom negro de cultura islâmica, é criticar a cultura judaico-cristã.

4/ quem — pela primeira vez, desde que existe o homo sapiens — proibiu a escravatura em todo o mundo foram os cristãos da Europa — e não os pretos islâmicos da África. Portanto, seria mais profícuo que o senhor Mamadou Ba fosse pregar para a freguesia dele e deixasse a nossa História em paz.

11 comentários:

  1. Segundo investigação do blogue ASCENDENS, o movimento anti-Padre-António-Vieira não partiu do BE, mas antes nasceu no Brasil e estendeu-se a Portugal com o apoio do BE, SOS Racismo, etc.

    http://ascendensblog.blogspot.pt/2017/10/entecipacao-acontecimento-inedito-em.html

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    1. Neste blogue faço o possível por não criticar o Brasil, seja no que for.

      O brasileiro é muito susceptível: mesmo que critiquemos a Esquerda brasileira, o homem de “Direita” brasileiro fica ofendido. Aliás: o homem de “Direita” brasileiro é igual ao homem de “Direita” português: ele é de Esquerda, só que ainda não sabe disso.

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    2. Você está corretíssimo Braga, o brasileiro é um ser muito melindrado. Depois que o politicamente correto tomou o país, só piorou..a agenda socialista vai muito bem por aqui. Quem conseguiu já fugiu.

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  2. Algo errado a Casamansa é un territorio (ver conf. Berlin) onde se fala um creolo Portuguez e gente catholica, embora o Senegal tenha tentado repopular com mussulmanos a Alta-casamansa ....

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    1. Eu já estava à espera de um comentário deste tipo.

      Em primeiro lugar, veja aqui a imagem de Amílcar Cabral que falava crioulo e era muçulmano (veja que ele usava o cofió maoderdano):

      http://bit.ly/2ktAfLW

      Em segundo lugar, veja aqui a descrição da etnia Fula que habita a Casamança :

      “Fula people, with Arabic and North African roots, adopted Islam early. According to David Levison, adopting Islam made the Fulani feel a "cultural and religious superiority to surrounding peoples, and that adoption became a major ethnic boundary marker" between them and other African ethnic groups in Sahel and West Africa.[37] Settled and nomadic Fulani became political and warring entities, armed with horses and equipment of war from the north.[38] The wars were not merely between Fula people and other ethnic groups, but also internecine between the pastoral and sedentary Fulani, where sometimes they worked in cohesion, and other times the Muslim Fulani leaders attacked the nomadic Fulani as infidels.”

      https://en.wikipedia.org/wiki/Fula_people#Settlement_and_Islam

      Não tem nada a ver o crioulo com a Igreja Católica.

      É pena que o artigo esteja em inglês, mas eu também não me vou dar ao trabalho de o traduzir.

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  3. Já agora, e para acabar com a cumbersa, veja a origem do nome Mamadou:

    http://www.first-names-meanings.com/names/name-MAMADOU.html

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  4. :) Oh pa nao te zangues :) bem sei Q o mamadas é mussulmano (O Cassius Clay tb se converteu (o Amilcar)?

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    1. A cultura é muçulmana (o que não significa que a criatura seja praticante). Uma coisa é a cultura; outra coisa é a prática da religião. Não me zango nada; é só porque isto dá trabalho, e eu sou um madraço (que vem de "madraça") de primeira apanha.

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  5. Well descobri isto agora...
    http://www.instituto-camoes.pt/sobre/publicacoes/jornal-de-letras/6675-casamansa

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    1. Não há um nexo causal entre o crioulo e a Igreja Católica. Em Moçambique, por exemplo, na região da Ilha de Moçambique que Vasco da Gama visitou nas suas duas viagens para a Índia, a esmagadora maioria dos pretos é muçulmana.

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  6. Este recorte é mais a proposito...
    https://en.wikipedia.org/wiki/Casamance_conflict

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