Richard Dawkins escreveu algures que se uma estátua de Nossa Senhora sair de uma igreja pelos seus próprios pés, tratar-se-ia certamente de um fenómeno natural. O Carlos Fiolhais é da mesma opinião.
O Carlos Fiolhais é demasiado estúpido para ser uma “referência da ciência” em Portugal. O rei vai nu.
Ele pode até ser uma referência do naturalismo; mas a ciência não se reduz nem se traduz na / à metafísica naturalista. Mas — obviamente — que o Carlos Fiolhais e quejandos não sabem a diferença entre uma coisa e outra. O Carlos Fiolhais é um técnico que se julga filósofo.
Diz o Carlos Fiolhais que “a ciência não vive de autoridade, mas antes vive de provas”. ¿O que é a “prova”?!
A verdade científica não pode ser “provada” com certeza, nem através da experiência e nem através da intuição intelectual, porque na ciência não existe nenhum indicador infalível para a verdade.
Por exemplo, na cosmologia: décadas de “provas” acumuladas não produziram o universo que a metafísica naturalista do Carlos Fiolhais tinha previsto e exigia. O Big Bang não nos levou a uma teoria com menor implicação teísta, e há indícios de um universo programado para a vida (Fine-tuned Universe).
Ou seja, a “prova naturalista” do Carlos Fiolhais é uma “batata sem grelo”. Ou, pelo menos, as provas “provam” exactamente o oposto do que o naturalismo pretendia “provar”.
A verdade científica não pode ser “provada” com certeza, nem através da experiência e nem através da intuição intelectual, porque na ciência não existe nenhum indicador infalível para a verdade.
Em bom rigor, não pode ser encontrada uma prova concludente para uma evidência tão simples como a existência de um mundo exterior a nós próprios. Kant chamou a isto o “escândalo da razão”.
A moderna teoria da ciência formula, com Karl Popper, uma versão mais moderada do “escândalo da razão” de Kant: segundo Karl Popper, “o mundo exterior [a nós próprios] é uma hipótese de trabalho para a ciência da natureza”.
Por isso é que o Carlos Fiolhais é estúpido. Não é uma acusação ad Hominem : é a constatação de um facto.
Um estúpido pode ser criativo: por exemplo, a teoria do Multiverso faz parte da metafísica naturalista e é bastante criativa — embora não necessite de “provas”. Os naturalistas (da laia do Carlos Fiolhais) defendem as “provas” quando lhes convém; mas quando não lhes convém, abraçam os dogmas do naturalismo enquanto religião secularista.
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