Desde 2015 que eu venho aqui chamando à atenção para a periculosidade política de António Costa — não é por acaso que o José Pacheco Pereira o apoia quase incondicionalmente.
António Costa tem um discurso melífluo, mascarado de tolerante mas que esconde um ressentimento endógeno em relação ao português comum. Comparado com António Costa, José Sócrates é (ideologicamente) um menino de coro.
Quando a Ministra-Filha-do-Vieira-da-Silva se propõe “monitorizar o discurso de ódio na Internet”, o que o governo do António Costa pretende é instituir — na cultura portuguesa e com implicações no ordenamento jurídico — e legitimar politicamente a “armadilha kafkiana”.
Na sua obra “O Processo”, Franz Kafka relata a estória de um homem que é acusado de crimes que nunca são especificados e definidos pela acusação.
E mais: quando o referido arguido nega que tenha praticado os tais “crimes não-especificados”, a acusação conclui “logicamente” que a negação da prática desses crimes (não-especificados) é sinal “evidente” de culpa que decorre naturalmente de ele ter — de facto — praticado esses “crimes” (não-especificados).
Ou seja: a negação da prática de um crime (não-especificado) é a prova necessária da sua prática.
Chama-se a isto, em Retórica, a “armadilha kafkiana”. Ou, neste caso, a “armadilha do Costa”. Estamos fodidos!