O politicamente correcto diz que “não devemos generalizar” — mesmo quando a esmagadora maioria das inferências aponta no sentido da necessidade de generalização. Não nos esqueçamos que a ciência é feita de generalizações.
Porém, salvo raríssimas excepções, os brasileiros nutrem um ressentimento irracional em relação aos portugueses — ressentimento que Theodore Dalrymple tratou assim:
“Com um ressentimento cuidadosamente nutrido, um homem pode passar a vida a culpar outrem, ou toda a sociedade, pelos seus fracassos — o que lhe permite ser simultaneamente um fracasso e sentir-se moralmente superior ao mundo”.
O brasileiro ressentido sente-se superior ao mundo.
Por exemplo, tivemos — durante cerca de 20 anos — em Portugal um CEO da TAP (Transportes Aéreos Portugueses) que é brasileiro, e nunca ouvimos ninguém criticá-lo por ser brasileiro; e há muitos casos de brasileiros com sucesso em Portugal que ninguém critica apenas por serem brasileiros.
O ressentimento brasileiro, em relação ao português, é absolutamente irracional.
E os portugueses devem tirar as devidas ilações desse ressentimento brasileiro — porque o politicamente correcto (leia-se, por exemplo, Marcelo Rebelo de Sousa) diz que que a “xenofobia” só é má se o cidadão português a praticar; mas se o ressentimento contra os portugueses é brasileiro, a Esquerda portuguesa fica muito feliz.
Nota: “generalizar” é praticar a variedade de indução ou de extrapolação que consiste em passar do singular, ou do individual, ao geral ou ao universal.
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