O José, do Porta da Loja, é (normalmente) muito crítico em relação à veracidade dos conteúdos do jornal Correio da Manhã; mas, quando uma “notícia” do Correio da Manhã compromete o Pinto da Costa, ele acredita imediatamente nela — embora salvaguardando a possibilidade de falsidade da dita “notícia”, mas considerando essa possibilidade uma mera hipótese académica.
E o José causídico vai mais longe: cabe ao Pinto da Costa desmentir a “notícia”: quando se trata de Pinto da Costa, a inversão do ónus da prova é absolutamente admissível.
A reacção do José à “notícia” do Correio da Manhã revela a mentalidade ainda hoje prevalecente na capital-do-império-que-já-não-existe: como dizia Salazar, nos seus discursos: “Portugueses!, de Portugal e do Minho!”.
Pinto da Costa é, ainda hoje considerado, pelos lisboeiros, um “português do Minho”.