Na sua qualidade de maoísta inconfesso e envergonhado, o Pacheco segue o princípio da frugalidade de Mao Tsé Tung que se vestia sempre da mesma maneira, mas que se peidava sonora- e desalmadamente nas reuniões do Partido Comunista Chinês.
A civilização, e a “densidade dos símbolos” que caracteriza qualquer civilização digna desse nome, são objecto de repúdio por parte do Pacheco. Em contraponto à monarquia britânica, o Pacheco prefere a sobriedade do maoísmo do “grande-salto-em-frente” que liquidou largas dezenas de milhões de chineses.
Para o Pacheco, “a densidade de símbolos com a parafernália de encenações, vestuários, rituais” da monarquia britânica não são para levar a sério: para ele, vale mais a farda cinzenta do Grande Líder da revolução cultural que solta, audível-, pública- e ostensivamente, os gases do seu corpinho gorducho — e mandou matar dezenas de milhões de concidadãos.
A civilização europeia é hoje uma espécie de palácio barroco invadido por uma multidão desgrenhada, de que o Pacheco faz parte.
Já sinto saudades de um futuro em que o Pacheco não exista.
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