O conceito de Paradoxo de Abilene foi criado pelo gestor de empresas americano Jerry B. Harvey em 1974, para ilustrar a tendência que as pessoas têm de tomar decisões colectivas:
Num dia de muito calor na pequena cidade de Coleman, no Texas, uma família estava entretida a jogar dominó até que o sogro sugeriu que fossem todos jantar à cidade de Abilene, que fica a 80 quilómetros de distância. A esposa disse: 'Parece-me boa ideia'. O marido, embora tivesse muitas reservas quanto à viagem, por ser longa e num dia muito quente, pensa, para si, que talvez as suas reservas não sejam partilhadas pela maioria, e diz: 'Por mim está bem. Espero que a vossa mãe queira ir'. A sogra diz: 'Claro que quero ir! Há muito tempo que não visito Abilene'.
A longa viagem foi realizada com muito calor e pó na estrada. E quando chegaram ao restaurante em Abilene, a comida foi tão má quanto tinha sido a viagem. Chegaram a casa cinco horas depois, totalmente exaustos.
Um deles diz, de forma comprometida: 'Foi uma viagem óptima, não foi?'. A sogra disse que, em verdade, ela teria preferido ficar em casa, mas que tinha alinhado com a ideia de ir a Abilene porque toda a gente estava entusiasmada. O marido disse: 'Eu não estava entusiasmado com a ideia de ir a Abilene, apenas fui para vos satisfazer o desejo da viagem'. A esposa disse: 'Eu fui apenas para vos fazer felizes. Se eu estivesse sozinha, nunca me meteria numa viagem dessas com um calor medonho'.
O grupo fica, assim, perplexo, por os seus membros terem decidido colectivamente fazer uma viagem que ninguém de facto queria fazer.
O Paradoxo de Abilene e a Espiral do Silêncio explicam, em grande parte, por que razão uma pequena minoria de radicais e extremistas, muitas vezes violentos, comanda o destino das sociedades contemporâneas, impondo agendas políticas socialmente destrutivas e culturalmente suicidas (por exemplo, Bloco de Esquerda).
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