sábado, 24 de maio de 2025

Os intelectuais pós-modernos não conseguem compreender S. Tomás de Aquino


A professora Helena Serrão transcreve aqui um texto que menciona filósofo inglês George Edward Moore e que trata da problemática do Bem, do Belo, e da Arte.

Porém, muito mais importante do que Moore, na problemática do Bem e do Belo, é S. Tomás de Aquino:

1/ como todos os seres, o ser humano tende necessariamente para o seu fim e segundo a sua natureza: como todos os seres vivos, o Homem tem um arbítrio e escolhe certos actos entre outros; mas, diferentemente de outros seres vivos, o Homem é capaz de representar o objecto do seu desejo na ausência desse objecto. No ser humano, a vontade é um desejo informado pelo intelecto;

2/ mas, a partir do momento em que o Bem (ou o Belo) se apresenta ao intelecto, este deseja-o naturalmente (mesmo se se mantém a capacidade de se abster Dele). A falta (o erro) consiste em querer um bem particular, que não é o Bem devido, e explica-se pela mediação do intelecto: este (o intelecto) pode apresentar ao Desejo um objecto menos perfeito do que o Bem, e arrastar então para uma escolha desviante.

3/ A liberdade humana consiste em querer o que é racional. O Desejo humano alcança o seu repouso e o seu cumprimento perfeito na visão do Bem absoluto (Deus) que não depende do ser humano (Realismo).

4/ uma escolha desviante, que não é o Bem (ou o Belo) devido, não deixa de ser um bem — desde Sócrates (o grego) que sabemos que ninguém faz o mal apenas pelo mal: as pessoas querem sempre um qualquer bem, nem que seja o seu bem exclusivo e egoísta.

Ora, o autor do referido texto (Clive Bell) não se lembrou de S. Tomás de Aquino — o que não é de espantar: também Heródoto não conseguiu compreender as obras de Homero.

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