domingo, 25 de maio de 2025

Aristóteles, e o Modernismo e Pós-modernismo



A professora Helena Serrão cita aqui Aristóteles (o ateniense) em um texto que versa os temas da política e da Justiça. Em aditamento, Helena Serrão questiona-se acerca dos actuais “líderes [políticos] que ignoram a comunidade que representam, e que se motivam pela ganância”.

O assunto é muitíssimo complexo e liga-se, em primeiro lugar, com a Modernidade; e depois com a Pós-modernidade — com a Modernidade, quando o Iluminismo é colocado em causa pelo Idealismo de Hegel e seus apaniguados coevos e futuros (como por exemplo, a cáfila da Escola de Frankfurt ou o irracionalismo de Heidegger); na Pós-modernidade, quando o Iluminismo é finalmente “assassinado” pelo irracionalismo de Derrida e pela sua tropa fandanga (entre outros notórios e notáveis malucos de Esquerda).

A actual atomização da sociedade deriva, em grande parte, da forma como o Modernismo organizou o trabalho, em que ninguém sabe concretamente para quem trabalha, nem quem concretamente trabalha para si. E a Esquerda foi uma das grandes beneficiárias deste Modernismo.

A classe política é sempre produto das ideias prevalecentes no Zeitgeist. Sempre.

E o Zeitgeist actual é maioritariamente irracional, fruto de um acumular de erros graves — ao longo de muitas décadas — da concepção da Realidade, desde Hegel até Derrida. O corolário lógico do descalabro das ideias psicóticas desde Hegel até Fukuyama, passando por Derrida, é a actual situação internacional em que a irracionalidade impera e o subjectivismo relativista dita a prevalência impune do narcisismo exacerbado nas classes políticas.

Em Portugal, basta olhar paras as estações de televisão (e os me®dia em geral) e verificar a prevalência deste fenómeno de irracionalismo instituído nas “classes dirigentes” (os ingleses chamam-lhe “ruling class”): desde logo, desapareceu, da cultura portuguesa, o conceito de “escol” (muito bem ilustrado por Fernando Pessoa): hoje, os políticos constituem-se como uma classe social separada do comum dos mortais, em uma espécie de apartheid político, acolitada por comentadeiros e jornaleiros coordenados por gentalha como, por exemplo, Cláudia Azevedo (SONAE) que financia afanosamente o défice de exploração deste jornalixo que temos.

É uma “pescadinha de rabo-na-boca”: o jornalixo promove positivamente a classe política elitista junto da opinião pública, e a classe política, por sua vez, compensa materialmente o jornalixo e os seus patronos. “Uma mão lava a outra”. Por isso é que nunca vimos, por exemplo, o Partido Comunista a criticar abertamente os donos do pasquim “Público”.

Estamos em presença de um irracionalismo político pós-moderno potenciado por esteróides. Os tecidos sociais gangrenam, quando os deveres da maioria se transformam nos direitos de minorias.

Por exemplo, isto acontece quando a elitista Isabel Moreira defende a negação do Direito Natural, pespegado no Direito Positivo (ver ficheiro PDF), paradoxal- e contraditoriamente concebendo o “progresso anti-natural” como uma lei da natureza.

A ciência foi “tomada” / dominada pela ideologia irracionalista pós-moderna: hoje, é a classe política irracionalista que valida e chancela a ciência, e já não os cientistas propriamente ditos.

Em Portugal, é gentalha como a Isabel Moreira que carimba a “boa ciência” (através do conceito de “consenso científico” politicamente correcto) e repudia a “má ciência” que é aquela que não corrobora a ideologia do Zeitgeist.

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