Donald Trump é um ignorante, em geral. Ortega y Gasset tinha razão acerca da ética pragmatista inventada nos Estados Unidos, e que ainda hoje norteia ignorantes americanos como o Donald Trump.
Em termos de conhecimento da História, Donald Trump é uma nulidade; um zero à esquerda. Donald Trump é intelectualmente sofrível. Provavelmente, o nome de Neville Chamberlain não lhe diz nada: Donald Trump só tem noção do que comeu ontem, e dos peidos que deu hoje.
Em 1938, aconteceu a Conferência de Munique, em que participaram Hitler, Mussolini, o primeiro-ministro francês Édouard Daladier, e o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain.
Depois da Conferência, Neville Chamberlain solicitou uma audiência a Adolfo Hitler nos seus (deste) aposentos privados, ao que este anuiu com alguma complacência. Nesta audiência, Hitler assinou um papelito encorrilhado que dizia “Acordo Anglo-germânico” com três parágrafos, em que se classificada o Acordo de Munique como sendo “um símbolo do desejo dos nossos povos de não entrar em guerra nunca mais”. E Hitler assinou o papelito sem pestanejar.
Neville Chamberlain quis apaziguar a besta nazi, cedendo à Alemanha 20% do território da Checoslováquia, com o compromisso de Hitler não anexar mais território deste país.
Três meses depois da Conferência de Munique, a Eslováquia transformou-se em um Estado fantoche da Alemanha de Hitler; meio ano depois, toda a Checoslováquia fazia parte do III Reich. Onze meses mais tarde, Hitler invadiu a Polónia e deu início à II Guerra Mundial.
Os paralelismos entre Donald Trump e Neville Chamberlain são evidentes, mas vão para além do óbvio.
Chamberlain tinha a desculpa da recente I Guerra Mundial, e qualquer coisa lhe parecia melhor do enviar meio milhão de jovens para a morte nas trincheiras francesas. Donald Trump não tem essa desculpa. O ignorante americano está disposto a oferecer a Putin 20% do território ucraniano só para satisfazer o seu próprio ego. Neste sentido, Donald Trump é incomparavelmente pior do que Neville Chamberlain.
Não há nenhuma razão militar, geopolítica, ou de qualquer outro tipo que justifique apagar oitenta anos de Direito Internacional.
Putin não respeitou qualquer acordo assinado pela Rússia e por ele próprio, desde a sua chegada ao Poder. Desde o Memorando de Budapeste, não houve nenhum Tratado, Acordo, ou Pacto com Putin que este não tenha limpo o cu utilizando os respectivos papelitos encorrilhados.
Antes e depois da anexação da Crimeia, e antes da invasão do Donbass, a Ucrânia e a Rússia tiveram centenas de encontros e reuniões, cujo resultado final foi a brutal invasão de Putin em 2022.
A verdade é só uma: o expansionismo — seja o de Hitler, seja o de Putin — só se apazigua fazendo-lhe explodir uma bomba nas fuças.
A Europa — entendida como um todo, e não só a Ucrânia — está à mercê de um idiota americano extravagante com menos estaleca intelectual do que um menino do Burkina Fasso.
Os historiadores da Chéquia e da Eslováquia classificam o Acordo de 1938 como “Traição de Munique”. Na Europa actual e na Ucrânia, teremos a “Traição do Alasca” como início de uma repetição da História. Tomara que eu esteja enganado.
Gostaria de esclarecer que a Ucrânia, quando declarou a sua independência em 1990, comprometeu-se na sua Declaração de Soberania a ser eternamente um Estado neutral e não alinhado. Ora, foi com base nesta promessa que a Rússia reconheceu a independência da Ucrânia. Vinte anos depois, os ucranianos quebraram as promessas todas que fizeram, quando começaram a dizer que queriam entrar na NATO e na UE. Putin reagiu a isto primeiro diplomaticamente, porém, quando se tornou mais do que evidente que os americanos e os seus lacaios europeus, estavam determinados a violar todas as promessas feitas à Rússia, no rescaldo da queda da URSS, não restou outra alternativa a não ser partir para a ação bélica na Ucrânia… Toda a guerra que decorre na Ucrânia actualmente, é da inteira responsabilidade do Ocidente coletivo. De Washington a Bruxelas, os vossos líderes têm as mãos cheias de sangue.
ResponderEliminarRecordo igualmente que o secretário de Estado americano James Baker, nos dias finais da URSS, prometeu aos russos que a NATO não se iria expandia "nem um centímetro" para Leste. Depois foi o que se viu a partir de 1997... É preciso ser-se mesmo muito desonesto do ponto de vista intelectual, para não reconhecer nada disto.
Em relação às questões militares, vejo que o autor deste blogue parece estar muito aquém da realidade militar russa actual. Só lhe posso então aconselhar uma leitura atenta da obra «America's Final War», de Andrei Martyanov e do blogue do mesmo:
https://smoothiex12.blogspot.com/
EliminarAconselho os leitores a ler o artigo na Wikipédia acerca do Memorando de budap+est, assinado em 1994 pela Ucrânia e pela Rússia.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Memorando_de_Budapeste_sobre_Garantias_de_Seguran%C3%A7a
O que é dito no comentário acima, é falso. Não existiu qualquer acordo de “neutralidade da Ucrânia”
Em nenhuma parte dos acordos assinados pela Rússia existe a palavra “neutralidade” como exigência por parte da Ucrânia.
Ou seja: quem fez o comentário acima faz o trabalho sujo da propaganda do cripto-comunista Putin. Só pode ser cripto-comunista também.
Aconteceu também um Tratado de Amizade entre a Rússia e a Ucrânia, em 1997, em que não consta nada sobre neutralidade.
https://en.wikipedia.org/wiki/Russian%E2%80%93Ukrainian_Friendship_Treaty
A Ucrânia permaneceu um país neutro porque quis ser um país neutro. Depois da ocupação da Crimeia pela Rússia, a Ucrânia mudou de opinião em relação à NATO. A ver:
https://en.wikipedia.org/wiki/Ukraine%E2%80%93NATO_relations
Mesmo que fosse verdade o que o comentarista acima escreveu, nada justifica invadir o país vizinho porque não se concorda com o governo deste país. Imaginem que Portugal tem uma política externa que incomoda os espanhóis; vai daí, a Espanha invade Portugal!
Um absurdo!