sexta-feira, 17 de outubro de 2025

O exercício retórico narcisista do Gabriel Mithá Ribeiro


O ego de Gabriel Mithá Ribeiro é do tamanho do universo; e depois critica o narcisismo dos outros. Senão vejamos a abertura do texto dele (aqui, em PDF):

“A evidência transitou de latente a cristalina quando a causa nobre pela qual me bato há mais de vinte anos, a reforma do ensino, a que sobrava da minha missão de deputado, também foi atingida pela cultura de cancelamento com o anúncio do governo sombra. Foi a derradeira oportunidade que poderia conceder ao predador psicológico André Ventura de anular a minha existência.

Renunciei de imediato ao mandato na Assembleia da República e desvinculei-me do Chega, pois não toleraria a mim mesmo arrastar-me numa das mais escandalosas práticas de parasitismo social e subsídio-dependência, a condição de deputado-joguete nas mãos de um líder narcísico incompatível com qualquer forma de sujeito colectivo, que tratou de destruir os fundamentos de uma instituição sólida que lhe servisse de filtro existencial.”

A criatura escreve em Acordês, pelo que tive que fazer as devidas e necessárias correcções no trecho supracitado.

O Gabriel Mithá Ribeiro filiou-se no partido CHEGA para ser Ministro da Educação (!) — é o que se depreende logicamente da citação supra. Ora, só um ego descomunal se filiaria num partido expressamente para vir a ser ministro.

Pode ser normal acontecer o contrário: um ministro filiar-se no partido que o convidou para o governo; mas um tipo aderir a um partido expressamente para ser ministro revela um ego do tamanho do mundo.

O Mithá Ribeiro considera-se tão importante (o tal ego patológico que ele critica nos outros, em forma de projecção) que ajuizou que o André Ventura quis propositada- e expressamente “anular” a sua (daquele) “existência” (!).

Ou seja, segundo a referida criatura, o André Ventura acordava de manhã a pensar em como tramar o Gabriel Mithá Ribeiro, e deitava-se à noite a pensar neste.

E como o André Ventura não o escolheu para o Governo Sombra — assim como não escolheu o professor João Tilly que teria muito melhores credenciais políticas para o cargo de Ministro da Educação — vai daí, em uma atitude narcísica de primeira água, o Ribeiro desfilia-se do CHEGA e acusa o André Ventura de “narcisismo”.

Em resumo, segundo o Mithá Ribeiro, o André Ventura não seria “narcisista” se o escolhesse para Ministro da Educação do Governo Sombra do CHEGA. O ego da criatura é tão disforme que pretendia mandar no líder do partido.