sábado, 21 de dezembro de 2013

O “progresso”, segundo marxistas e burgueses

 

Tanto marxistas como neoliberais burgueses vêem a História como um processo linear que vai do “primitivo” ao “moderno”. O tradicionalista, em contraponto, vê a História como constituída por ciclos — esses ciclos, para os tradicionalistas católicos, são constituídos pela predominância do tempo profano, intercalado, a espaços, pelo tempo sagrado que é a intervenção directa do divino na realidade humana.

Para o tradicionalista, o progresso não é uma lei da natureza: aquilo a que tanto marxistas como burgueses chamam de “progresso”, para o tradicionalista não passa de um dos muitos ciclos da História que terá o seu fim, como os ciclos anteriores tiveram fim.

Neoliberais e marxistas são “vergônteas da mesma cepa” — têm a mesma origem ideológica: os primeiros surgiram das revoluções burguesas, e os segundos da reacção contra o Poder da burguesia. A supremacia da economia sobre a política teve origem burguesa e foi também adoptada pelo marxismo (Manifesto Comunista, de Karl Marx). Burgueses e marxistas são dois “irmãos desavindos”. O marxismo nunca pretendeu substituir os valores (do dinheiro) da plutocracia burguesa, mas antes quis apossar-se desses valores no sentido de os controlar. Burgueses e marxistas são produto de uma mundividência materialista, chã, basista, espiritualmente paupérrima.

Na medida em que marxistas e burgueses ao “produtos” históricos intimamente ligados, a plutocracia burguesa tem muitas vezes financiado movimentos marxistas no sentido de destruir as sociedades tradicionais com a intenção de maximizar o lucro a nível global — ou seja, muitas vezes, burgueses e marxistas trabalham em conjunto no sentido de eliminar as sociedades tradicionalistas em todo o mundo. É a isto que ambos (marxistas e burgueses) chamam de “progresso”.

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