Cerca de 50 desempregados dirigiram-se a um supermercado exigindo cabazes de Natal, como se essa empresa fosse a Santa Casa da Misericórdia. E se perguntassem a essas 50 pessoas se Portugal deve permanecer na União Europeia e no Euro, aposto que a maioria diria que sim.
Portanto, há aqui uma incoerência da Esquerda (com excepção do Partido Comunista que coloca em causa o Euro): por um lado, querem Portugal na União Europeia e no Euro; e, por outro lado, não querem que empresas como a Jerónimo Martins transfiram livremente capitais para o norte da Europa. Querem “sol na eira e chuva no nabal”.
Portugal é um mercado pequeno, porque tem apenas 10 milhões de habitantes. Mas é um mercado suficientemente interessante para termos cá uma série de multinacionais no ramo do comércio a retalho que transferem os seus lucros para o norte da Europa onde pagam os seus impostos. O sermos pequenos não é uma indignidade: o que é indigno é sermos burros.
Em suma: se somos a favor da pertença de Portugal ao Euro, e se formos a favor do Tratado de Schengen (por exemplo, a Inglaterra e a Suíça não subscreveram este Tratado na íntegra), então não temos legitimidade moral para ir chatear a Jerónimo Martins.
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