A ética é uma área da filosofia que eu gosto particularmente, e passei anos a ler (estudar) sobre ética, desde Aristóteles até Filipa Foot, passando por Santo Agostinho, S. Tomás de Aquino, Espinoza, Hume, Kant, Karl Jaspers, Lavelle, etc., até aos contemporâneos.
E cheguei a uma conclusão: por mais voltas que dermos, voltamos sempre a S. Tomás de Aquino que, por sua vez, se baseou em Aristóteles. Isto por uma razão objectiva: se a ética não se escora de alguma forma na Razão (humana), então a ética (qualquer que seja) não existe e é uma abstracção, uma crença irracional e, por isso, destituída de qualquer verdade. E se a ética é uma abstracção (uma ilusão, ou se “o bem não é objectivamente determinável”, como escreveu o americano Mackie), então o ser humano não pode ser um animal racional.
E se a ética se escora na Razão, ela não pode ser independente do conceito absoluto de Razão, porque a relação entre o relativo e o absoluto é biunívoca e necessária: não pode haver (logicamente) o relativo sem o absoluto (a relação lógica entre o múltiplo e o uno).
E se a ética se enraíza no absoluto, ela (a ética) tem que ser racional na medida em que a ordem do mundo denota a presença de uma racionalidade — é uma ordem racional e matemática. E se a ética é racional ou tem uma raiz racional, então temos que considerar S. Tomás de Aquino (e Aristóteles) “um caso sério” em ética. Tudo o resto é especulação.
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