Pedro Vaz Patto parte de um princípio errado

 

Este texto de Pedro Vaz Patto parte de um princípio errado, e passo a citar:

“São várias as notícias, umas mais antigas e outras mais recentes, que fazem temer que a pretexto do respeito pela dignidade e não discriminação das pessoas de orientação homossexual, se pretenda limitar, de uma forma generalizada, a liberdade de expressão quanto ao juízo moral sobre a prática homossexual (não sobre a pessoa em si mesma, com a orientação sexual que não escolheu, mas sobre uma conduta e uma prática voluntárias).”

Ou seja, Pedro Vaz Patto parte do princípio segundo o qual a homossexualidade é determinada geneticamente. O único estudo científico que poderia sustentar a tese do determinismo genético homossexual é este (publicado em 2005 e passo a citar):

Abstract

Human sexual preference is a sexually dimorphic trait with a substantial genetic component. Linkage of male sexual orientation to markers on the X chromosome has been reported in some families.

Here, we measured X chromosome inactivation ratios in 97 mothers of homosexual men and 103 age-matched control women without gay sons.

The number of women with extreme skewing of X-inactivation was significantly higher in mothers of gay men (13/97=13%) compared to controls (4/103=4%) and increased in mothers with two or more gay sons (10/44=23%). Our findings support a role for the X chromosome in regulating sexual orientation in a subgroup of gay men.

Ou seja, segundo o estudo, 13% das mulheres com filhos homossexuais apresentavam fraca preponderância do cromossoma X. Mas 87% das mulheres estudadas, e que tinham filhos homossexuais, já não tinham esse problema com o cromossoma X!

Seria como se eu fizesse um estudo estatístico e chegasse à conclusão de que 13% dos homens baixos são gordos; e depois, retirasse daí a conclusão de que a obesidade está necessária e geneticamente ligada à altura da pessoa. Isto não é ciência propriamente dita: é cientismo.

De resto, estudos realizados com irmãos gémeos (também chamados de “univitelinos”), verificaram que quando um dos gémeos é homossexual, o outro gémeo não é. Ora, se os gémeos univitelinos têm o mesmo ADN!, ¿como é possível alguém dizer que a causa da homossexualidade é genética?!!

Dizer, como fez o Pedro Vaz Patto, que a homossexualidade é determinada geneticamente, é dar um tiro no pé: é fazer concessões aqueles a quem ele próprio critica. Todo o resto do texto do Pedro Vaz Patto fica marcado por um princípio errado; e como dizia Aristóteles, quando o princípio está errado, então todo o raciocínio errado está.