domingo, 26 de janeiro de 2014

A revolução coperniana da ciência, segundo o António Piedade

 

“Longe vão os tempos em que o avistamento de um cometa, um acontecimento astronómico, era associado, pelos homens na Terra, a mensagens dos deuses, a nascimentos de reis e salvadores, ou à queda de impérios e a catástrofes naturais. O desconhecimento e o medo obscureciam o brilho dos cometas que traçavam no céu um temor cósmico.

Hoje sabemos que os cometas são corpos celestes que orbitam o Sol com períodos translacionais de dezenas ou centenas de anos. Constituídos por núcleos rochosos e gelados, podendo ter até vários quilómetros de largura, são blocos da construção primeva do Sistema Solar.”

Mas o que é que tem a ver o cu com as calças?! Temos aqui um exemplo da falácia Ignoratio Elenchi.

O que é que tem a ver o facto de hoje sabemos que os cometas são corpos celestes que orbitam o Sol, por um lado, com a associação de um astro com as mensagens dos deuses, por outro lado? Será que porque hoje sabemos que os cometas são corpos celestes que orbitam o Sol, segue-se que os deuses deixam automaticamente de existir? O que é que tem uma coisa a ver com a outra?

Eu pensava que a ciência não podia demonstrar que uma coisa não existe — incluídos os deuses. Mas o António Piedade operou uma revolução coperniana na ciência: a partir de agora, a ciência passa a determinar que uma coisa não existe, mesmo que não tenha a mínima ideia do que é essa coisa.

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