“Eurodeputados rejeitaram ontem por larga maioria mecanismo único de resolução imposto pela Alemanha” — União bancária: Parlamento Europeu em guerra com Berlim
A organização monetária do Euro é de tal forma absurda que só depois de dez anos de vigência da moeda única é que a política se viu forçada a reconhecer a necessidade da união bancária. Mas agora é tarde.
A Alemanha não abrirá nunca — jamais! — mão do excedente (em 2013, de 7% do PIB alemão) na sua balança de pagamentos, que se seguiu a 12 anos de Euro e depois da crise financeira que a Alemanha sofreu em 1999/2000. A Alemanha pode facilitar alguma coisa, aqui ou ali — por exemplo, quando introduz agora o salário mínimo nacional, e quando baixa a idade de reforma, o que vai aumentar ligeiramente o consumo interno desse país —, mas a união bancária propriamente dita está fora de questão.
Para a Alemanha do Euro, existirão sempre dois tipos de Bancos: os Bancos alemães, e os outros Bancos dos outros países do Euro. Qualquer tentativa de mudar isto é “chover no molhado”: como diz o povo: “quem parte e reparte, e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”.
Por outro lado, a união bancária iria abrir a porta à mutualização das dívidas estatais dos diferentes países da zona Euro — e são, em grande parte, as dívidas estatais dos países da zona Euro que alimentam o superavit comercial da Alemanha. Portanto, o que a Alemanha quer é que os outros países se endividem para comprar produtos à Alemanha, e sem ter que participar em qualquer tipo de mutualização dessas dívidas contraídas pelos outros países do Euro.
A imagem aqui ao lado resume a posição política da Alemanha em relação à zona Euro.
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