sexta-feira, 7 de março de 2014

O cardeal Bergoglio cita Freud

 

Em uma outra entrevista — mais uma — o cardeal Bergoglio cita o ateu Freud (e inimigo da Igreja Católica): “em toda a idealização existe uma agressão”.

Em primeiro lugar, fica-lhe muito bem citar um ateu empedernido. Cai-lhe que nem uma luva.

Em segundo lugar, toda a gente sabe (excepto o cardeal Bergoglio) que a teoria de Freud não faz parte da ciência, porque não é refutável. A teoria de Freud é metafísica (porque qualquer negação da metafísica é sempre uma forma de metafísica), e o Papa parece gostar da metafísica freudiana!

Em terceiro lugar, se “toda a idealização é uma forma de agressão”, então segue-se que o pensamento é, em si mesmo, uma forma de agressão, porque o pensamento outra coisa não faz senão proceder através de representações que são formas de idealização. Portanto, não é verdade que “em toda a idealização exista uma agressão” — a não ser que o pensamento seja uma forma de agressão, o que é uma concepção positivista da “ideia”.

Em quarto lugar, e referindo-se aos divorciados, aos sodomitas, ao aborto, à eutanásia, etc., o cardeal Bergoglio tem uma posição ambígua — o que é sua (dele) característica fundamental: por um lado, diz que é um erro resolver o problema da família actual através da casuística (dizendo que a casuística é o método dos fariseus), mas, por outro lado, serve-se da sua (dele) crítica à casuística para colocar implicitamente em causa o valor das escrituras (seja o Novo Testamento, sejam as epístolas de S. Paulo) no que respeita ao fundamento ético dos ensinamentos da Igreja Católica.

Isto não é um Papa: é um vendedor da banha da cobra.

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